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Amazônia sem médicos é barreira para voluntariado

 02/09/2009

 

Amazônia sem médicos é barreira para voluntariado


  

amazoniasaude010909a Expedicionários querem trabalhar em regiões isoladas da Amazônia Brasileira. Associação Brasileira de Medicina é contra

MONTEZUMA CRUZ
\n montezuma@agenciaamazonia.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

BRASÍLIA – O socorro médico na Amazônia continuará se limitando às operações de navios da Marinha do Brasil ou barcos das secretarias estaduais de saúde. É que a Associação Médica Brasileira (AMB) rejeita o oferecimento de médicos recém-formados para trabalhar em municípios carentes. Para o presidente da entidade, José Luiz Amaral, "falta experiência" a esses profissionais. Essa situação, aliada à falta de infra-estrutura colocaria pode colocar em risco a saúde da população, ele opina.

Antigamente, o Projeto Rondon enviava estudantes de medicina para aprender na prática no interior brasileiro. Recebidos pelas populações carentes de pequenas cidades do norte e nordeste, eles obtinham bons resultados nas suas atividades. Hoje, com raras exceções, a saúde na Amazônia continua dependente de mutirões.

Na semana passada, a AMB colocou uma pá de cal sobre a proposta da organização não-governamental Expedicionários da Saúde, que tem larga experiência no atendimento a regiões isoladas, notadamente entre populações indígenas. Em depoimento na audiência pública convocada pela Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados, o presidente da entidade, Ricardo Ferreira, defendeu investimentos no sistema itinerante. A audiência debateu a necessidade de mais médicos no interior do País.

Sul e Sudeste têm mais médicos

A própria AMB informa que atualmente o Brasil conta com 341 mil médicos, número considerado suficiente para atender à população. No entanto, apenas 38% desse total atendem a regiões carentes. A maioria deles se concentra nas regiões Sul e Sudeste.

Ferreira defendeu o sistema itinerante: "Não adianta você montar um hospital para 1 mil ou 1,5 mil pessoas. O segredo é montar um grupo médico com profissionais mais experientes e com profissionais mais novos, que dê mobilidade tanto à saúde básica quanto à saúde cirúrgica".

Segundo ele, na derradeira operação da ONG, em abril deste ano, os médicos levaram para a Amazônia oito toneladas de equipamentos e fizeram cerca de trezentas cirurgias.

amazoniasaude010909 "Rios de Saúde" atende na
divisa Pará-Amazonas

BELÉM, PA – A Marinha do Brasil e o Governo do Pará atenderam a mais de 11,6 mol pessoas, totalizando 13,8 mil procedimentos em Terra Santa, Faro, Almeirim e Porto de Moz. Os 37 servidores de dez órgãos estaduais e 80 militares da Marinha concentraram-se em Terra Santa e Faro, quase na divisa com o Amazonas, depois de sete dias de viagem pelos rios Pará, Tapajós, Amazonas e Nhamundá.

Mais de 5,3 mil pessoas receberam atendimento odontológico e 2,7 mil receberam atendimento oftalmológico. A clínica médica atendeu a mais de 1,5 mil pessoas. A maioria delas ouviu palestras de saúde.

Por conta da demanda reprimida em Almeirim e Porto de Moz, notada pelo governo estadual em junho, por ocasião da sexta edição do Rios de Saúde, a população desses dois municípios voltou a ser atendida, informou Alexandrina Cabral, uma das coordenadoras. "A intenção de voltar aos mais carentes é uma das características dessa ação", esclareceu a odontóloga Cristina Rolla, outra coordenadora.

Estacionado no convés de vôo do navio Pará, o helicóptero Tucano 58 foi outra novidade inserida na ação. Vinda de Manaus manobrada por militares destacados pelo 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-3) da Marinha, a aeronave só decolou no dia 19 de agosto para o transporte de um paciente de 70 anos, morador de Terra Santa, para atendimento em Santarém. De acordo com o comandante do navio, Guilherme Malafaia, o serviço continuará à disposição nas próximas etapas da ação Rios de Saúde, previstas para 2010. (Agência Pará de Notícias).

 


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