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Amazônia tem poucos oftalmologistas

 24/01/2010

 

23/01/2010 - 16:29

 

Amazônia tem poucos oftalmologistas

 
Seis médicos atendem no Amapá, 41 em Rondônia, 105 no Amazonas e 152 no Pará. Maioria se fixa em estados da região Sudeste.


MONTEZUMA CRUZ 
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BRASÍLIA – A cada ano entram no mercado de trabalho brasileiro cerca de 480 novos médicos oftalmologistas. É o maior número de novos especialistas no mundo. Mesmo assim, os estados da região amazônica convivem com as principais doenças de visão e não têm médicos suficientes para socorrer a sua população.

No extremo-norte brasileiro, o Amapá possui apenas seis oftalmologistas, ou seja, um para 117.462 pessoas, conforme o relatório “As condições de Saúde Ocular no Brasil”, editado em 2009 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Segundo o relatório, Roraima tem apenas dez profissionais nessa área; Acre, 13; Rondônia, 41; Amazonas, 105; e Pará, 152.

Mais da metade de todos os oftalmologistas da América do Sul estão no Brasil. Eles dão preferência para as capitais e grandes cidades, a exemplo dos profissionais de outras especialidades. Rio, Brasília e São Paulo (3.793, um por 10,5 mil pessoas) concentram 40,75% dos oftalmologistas brasileiros, numa área onde estão 31,36% da população nacional, de 183,9 milhões de habitantes, segundo o IBGE.

Com um médico por 8,4 mil pessoas, o Distrito Federal (289) ultrapassou o Rio de Janeiro (1.780, um por 8,6 mil). Brasília é a campeã de oftalmologistas por habitante. Na capital paulista trabalham 14% dos especialistas brasileiros. A Organização Mundial de Saúde sugere como ideal, a proporção de um oftalmologista para cada 20 mil habitantes. No Brasil, a proporção é de um por 12,7 mil.

Do total da população brasileira, 40 milhões de pessoas possuem cobertura de planos privados de assistência médica (planos de saúde, seguro, convênio e plano auto-gerido). A maioria dos beneficiários, 67%, mora na região sudeste.


Até 2020 o País terá 400 mil cegos

BRASÍLIA – As três maiores causas de cegueira no mundo e no Brasil são doenças que acometem, sobretudo, idosos: catarata (escurecimento do cristalino), glaucoma e degeneração macular relacionada à idade. 

  No Brasil, 40 milhões de pessoas possuem cobertura de planos privados de assistência médica; na Amazônia, ou entram na fila do SUS ou buscam atendimento com médicos cubanos, na Bolívia /MARCOS BERGAMASCO – Secom-MT

 No Brasil, 40 milhões de pessoas possuem cobertura de planos privados de assistência médica; na Amazônia, ou entram na fila do SUS ou buscam atendimento com médicos cubanos, na Bolívia /MARCOS BERGAMASCO – Secom-MT



Até 1997 existiam cerca de 600 mil cegos por catarata no Brasil. Mas ela é uma doença curável. Estima-se que a cada ano surjam 552 mil novos casos. Desde o final da década passada, com o funcionamento dos mutirões, o número aumento de cirurgias aumentou de 50 mil para 200 mil por ano.

Em 2005 o pico alcançou 331,4 mil cirurgias. O Pará fez 108,8 mil cirurgias; o Amazonas, 33 mil; Rondônia, 6 mil; Roraima, 3,7 mil. e Acre, 2,1 mil. 

Para o glaucoma há necessidade de se aumentar a oferta de consultas e tratamento, incluindo colírios hipotensores e cirurgias nos centros de especialidade do SUS. A educação em saúde ocular deve fazer parte de programas de família para que pessoas com maior risco, mais de 50 anos e familiares com glaucoma ou cegos pela doença tenham oportunidade de avaliação oftalmológica e tratamento. 

A prevalência de cegueira no País é estimada em 0,5% da população, cerca de 900 mil pessoas. Outras três milhões de pessoas devem estar na situação de deficiente visual. Com número de cirurgias adequado o Brasil deve chegar ao ano de 2020 com cerca de 400 mil cegos, se o número de cirurgias ficar abaixo de dois mil por milhão de habitantes ao ano. 


Sudeste concentra 59% dos profissionais


BRASÍLIA – O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) informa que tem se esforçado em busca da interiorização de profissionais para áreas carentes. Atualmente, grande número de municípios contam com atendimento sazonal.

– Apesar de não ser ideal, ele consegue diminuir a demanda reprimida local. Áreas não cobertas regularmente por médicos oftalmologistas são motivo de freqüentes campanhas de atendimento populacional – diz o relatório.

Dos 14.385 oftalmologistas brasileiros, 59% residem nas capitais, 41% no interior e 2% em cidades com apenas um profissional. A região sudeste concentra 58% dos oftalmologistas do País e 42,3% da população nacional.

Números das consultas pelo Sistema Único de Saúde na Amazônia em 2007: Acre, 14.456; Roraima, 24.466; Rondônia, 39.885; Amazonas, 126.987; Pará, 179.096. Em todo o Brasil as consultas totalizaram mais de 8 milhões naquele ano, somando investimentos de R$ 67,5 milhões do SUS.

O CBO informa, ainda, que reivindica ao Banco do Brasil uma linha de crédito para a montagem de consultórios oftalmológicos e a divulgação de municípios onde não há saturação do número de especialistas.


Médicos cubanos fazem cirurgias gratuitas na Bolívia Médicos cubanos trabalham nessa movimentada capital do Pando e da Província de Nicolas Suárez, com 26,8 mil habitantes, situada a 223 quilômetros de Rio Branco, ao lado da cidade de Brasiléia. Também atuam num pequeno hospital de Guayaramerín, no Beni, próximo ao rio Mamoré, que separa aquela cidade de Guajará-Mirim (RO).




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