27/07/2012
O agendamento de consultas pela internet virou negócio no Brasil. No entanto, o modelo de negócios dos sites Dr. Busca, YepDoc, Go2Doc e AvalDoc traz mais prejuízos do que ganhos para os médicos
Desde o início deste ano, quatro sites (Dr. Busca, YepDoc, Go2Doc e AvalDoc) que permitem agendar online uma consulta com um médico ou com um dentista foram lançados em São Paulo.
A princípio, parece ser uma idéia genial, pois agiliza o agendamento de consultas para os pacientes e ajuda a preencher os horários ociosos da agenda dos médicos e dentistas.
No modelo de negócios destes sites, o paciente não paga pelo serviço de agendamento. No entanto, os profissionais, como médicos, dentistas e nutricionistas, pagam uma mensalidade de R$ 100 a R$ 250. É neste ponto que mora o perigo.
Segundo um estudo realizado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), o custo fixo médio de um consultório (considerando aluguel, recepcionista, contador, etc) é de, aproximadamente, R$ 2.500 por mês. Para fazer parte destes sites, os profissionais aumentarão seus custos fixos em até 10%.
Para que este investimento comece a valer a pena, estes sites deverão aumentar os ganhos mensais dos médicos de uma maneira capaz de cobrir o aumento dos custos.
Além disso, segundo Renato Azevedo, presidente do Cremesp, como o serviço visa ao lucro intermediando a relação médico-paciente, os sites esbarram em uma questão ética.
É com base neste cenário, que o Medices vai atuar fortemente para defender os direitos dos médicos e dos pacientes, criando produtos e serviços gratuitos para melhorar a experiência da sociedade com a saúde.
No começo de julho, o Medices lançou sua plataforma de agendamento de consultas online com a mesma proposta dos outros quatro sites, porém sem nenhum custo para os profissionais da área da saúde, como médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros. Futuramente, a estratégia é criar novas soluções gratuitas que melhorem a relação médico-paciente.
“Somos uma iniciativa social, pois tentamos maximizar retornos sociais ao invés de maximizar o lucro”, diz Roberto Kakihara, 27, fundador do site Medices. E complementa, “Queremos melhorar o sistema de saúde brasileiro de alguma forma. Só pensaremos em gerar receita após atingir este objetivo”.
O site do Medices já está funcionando e está cadastrando os profissionais da saúde de todo país. Para se cadastrar, é só acessar www.medices.com.br.