26/04/2019
Este post faz parte da Série Profissões e vamos falar sobre o curso de Medicina. Sabendo a dificuldade que é escolher uma carreira, queremos te dar uma mãozinha, dando a real sobre o curso e a carreira pelos olhos de quem sentiu na pele todas as emoções da graduação mais visada nas universidades brasileiras.
João Guilherme, na correria da residência, tirou um tempinho pra conversar com a gente e alerta: a incrível experiência de estudar Medicina cobra um preço. “Nos primeiros anos da faculdade, são horas sobre os livros, noites em claro, finais de semana que somem sobre a escrivaninha de estudo – sensação de desamparo frente a um conhecimento sem fim acumulado pela humanidade.” As cobranças e as responsabilidades aumentam gradativamente durante o curso: internatos, plantões, aumento da carga horária, provas de residência. João contou que a família e os amigos acabam ficando um pouco de lado, mas os colegas de faculdade, ao compartilhar das mesmas experiências, se aproximam.
– É importante compreender o grau de comprometimento e dedicação que o curso exige do estudante –
Organizar o tempo acaba sendo um desafio diário: “As refeições se transformam em lanches fora do horário, quando temos tempo, e se acostuma a almoçar às 16h ou ainda antes das 10h – se houver planejamento. Sono é artigo de luxo e aprendemos a dormir 30 minutos em qualquer local.” Amadurecer, enfrentar os próprios medos, adquirir controle sobre os sentimentos e ações também fazem parte dessa jornada. João Guilherme garante que o caminho é árduo, mas recompensador.
Cercado por um grupo de crianças durante seu estágio/intercâmbio, na Nigéria. Arquivo pessoal.
Majô nos explica um pouco mais sobre a rotina do curso, que começa de forma muito teórica, o que pode frustrar os calouros ansiosos por ter contato e atender pacientes. Ela nos conta que considerou essa a parte mais chata do curso, com muita memorização e decoreba e pouca prática.
– A partir de um terço do curso é que se começa a ter mais contato com pacientes –
O curso é muito competitivo e Majô dá a dica: “É fundamental para as pessoas que estão querendo fazer Medicina ter a consciência de que é importante estudar e se dedicar ao curso, mas também é preciso cuidar para manter sua vida, seu lazer, não ficar vivendo o curso 100% do tempo.”
A médica conta que seu aprendizado mais marcante foi ver de perto a morte, o sofrimento e a doença: “Tem a arrogância de a gente achar que pode sempre salvar o paciente. Não é bem assim, você tem que saber até onde vai o limite do seu conhecimento para ajudar o outro e reconhecer isso.” Pra quem pensa em entrar no curso, ela avisa da importância de entender que a morte, tão difícil de lidar, também faz parte da profissão, mas que é uma grande lição que ela leva para a vida.
– Disciplina, comprometimento, dedicação –
Se você está pensando em estudar Medicina, essas são as dicas do João Guilherme e da Majô para se dar bem no curso: disciplina nos estudos, comprometimento para aguentar as cobranças, dedicação e respeito pelo bem estar do próximo.
Dicas, pra que te quero!
Gostou de conhecer um pouco sobre as experiências do João e da Majô? Esperamos ter ajudado! A gente se fala!