Escolas Médicas do Brasil

Quer cursar Medicina? A gente te conta a real

 26/04/2019

Compartilhado do Blog Me Salva


Este post faz parte da Série Profissões e vamos falar sobre o curso de Medicina. Sabendo a dificuldade que é escolher uma carreira, queremos te dar uma mãozinha, dando a real sobre o curso e a carreira pelos olhos de quem sentiu na pele todas as emoções da graduação mais visada nas universidades brasileiras.

Entrevistamos João Guilherme Iorra, de 26 anos, estudante do sexto ano de Medicina na UFPel (Universidade Federal de Pelotas), e Majoriê Mergen Segatto, a Majô, de 33 anos, dermatologista formada em medicina pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Conversamos sobre suas experiências na universidade, expectativas e aprendizados, tentando dar uma luz para quem ainda está em dúvida sobre que curso escolher no vestibular.

O tempo não pára 

João Guilherme, na correria da residência, tirou um tempinho pra conversar com a gente e alerta: a incrível experiência de estudar Medicina cobra um preço. “Nos primeiros anos da faculdade, são horas sobre os livros, noites em claro, finais de semana que somem sobre a escrivaninha de estudo – sensação de desamparo frente a um conhecimento sem fim acumulado pela humanidade.” As cobranças e as responsabilidades aumentam gradativamente durante o curso: internatos, plantões, aumento da carga horária, provas de residência. João contou que a família e os amigos acabam ficando um pouco de lado, mas os colegas de faculdade, ao compartilhar das mesmas experiências, se aproximam.

– É importante compreender o grau de comprometimento e dedicação que o curso exige do estudante –

João Guilherme colocando em prática seus conhecimentos na residência médica. Arquivo pessoal.

Organizar o tempo acaba sendo um desafio diário: “As refeições se transformam em lanches fora do horário, quando temos tempo, e se acostuma a almoçar às 16h ou ainda antes das 10h – se houver planejamento. Sono é artigo de luxo e aprendemos a dormir 30 minutos em qualquer local.” Amadurecer, enfrentar os próprios medos, adquirir controle sobre os sentimentos e ações também fazem parte dessa jornada. João Guilherme garante que o caminho é árduo, mas recompensador.


Cercado por um grupo de crianças durante seu estágio/intercâmbio, na Nigéria. Arquivo pessoal.

Estudar, estudar, estudar…

Majô nos explica um pouco mais sobre a rotina do curso, que começa de forma muito teórica, o que pode frustrar os calouros ansiosos por ter contato e atender pacientes. Ela nos conta que considerou essa a parte mais chata do curso, com muita memorização e decoreba e pouca prática.

– A partir de um terço do curso é que se começa a ter mais contato com pacientes –

O curso é muito competitivo e Majô dá a dica: “É fundamental para as pessoas que estão querendo fazer Medicina ter a consciência de que é importante estudar e se dedicar ao curso, mas também é preciso cuidar para manter sua vida, seu lazer, não ficar vivendo o curso 100% do tempo.”

A médica conta que seu aprendizado mais marcante foi ver de perto a morte, o sofrimento e a doença: “Tem a arrogância de a gente achar que pode sempre salvar o paciente. Não é bem assim, você tem que saber até onde vai o limite do seu conhecimento para ajudar o outro e reconhecer isso.” Pra quem pensa em entrar no curso, ela avisa da importância de entender que a morte, tão difícil de lidar, também faz parte da profissão, mas que é uma grande lição que ela leva para a vida.

– Disciplina, comprometimento, dedicação –

Se você está pensando em estudar Medicina, essas são as dicas do João Guilherme e da Majô para se dar bem no curso: disciplina nos estudos, comprometimento para aguentar as cobranças, dedicação e respeito pelo bem estar do próximo.

Dicas, pra que te quero!

  • Esteja pronto para muito estudo e dedicação;
  • O curso é competitivo, um hobbie pode ajudar a lidar com a pressão;
  • Não deixe de sair com os amigos e reservar um tempinho para se divertir;
  • O começo do curso é bastante teórico, não desanime. 😉

Gostou de conhecer um pouco sobre as experiências do João e da Majô? Esperamos ter ajudado! A gente se fala!


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