Escolas Médicas do Brasil

Sudeste concentra 60% das residências médicas

 26/10/2009

fechar

MSN Repórter

O Vooz quer escrever notícias para você e por isso abriu o canal Repórter Vooz onde você entra em contato diretamente com nossa equipe por MSN e participa do Vooz.

  • Sugira assuntos e enquetes;
  • Envie matérias;
  • Complemente com informações, fotos ou vídeos;
  • Tire dúvidas;
  • Tenha seu nome na equipe do Vooz e ganhe visibilidade no mercado;

msn@vooz.com.br




Christian Messias

Christian Messias

26/10/2009
Residências médicas no País

Sudeste concentra 60% das residências médicas

Fotos:Christian Messias 

Apenas 14% das vagas de residência estão no Nordeste


Desigualdade na distribuição de profissionais no País seria fruto da falta de oferta de cursos de especialização nas outras regiões


Lisandra Paraguassú, BRASÍLIA

O Brasil tem hoje 340 mil médicos formados, cerca de 1 para cada 560 habitantes. A cada ano, mais 10 mil saem das faculdades. No entanto, desse enorme contingente de doutores, mais da metade concentra-se em apenas quatro Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e, em menor escala, Espírito Santo.

Isso porque neles estão também 60% das vagas de residências médicas no País. "Sabemos que o local onde o médico faz a residência é um fator de permanência para ele. Se adiantasse criar faculdades de Medicina no interior, o problema estaria resolvido. Mas o médico quer infraestrutura, uma possibilidade de avançar na profissão", avalia Francisco de Campos, secretário de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde.

Um mapa preparado pelos ministérios da Educação e da Saúde mostra que parte dos médicos formados e que fazem residência na Região Sudeste até vai trabalhar no Norte e Nordeste - provavelmente, aqueles que têm origem nessas regiões.

Essa conclusão é plausível porque apenas 14% das vagas de residência estão no Nordeste, mas 19% dos médicos formados trabalham lá. No Norte estão 3% das residências, mas 4% dos médicos. "O número de médicos hoje no País seria suficiente para atender à população, mas temos um problema de distribuição de profissionais", diz Campos. "Mas Estados como Tocantins, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, por exemplo, têm uma oferta diminuta de residências." É por conta desse perfil que os ministérios decidiram ampliar a oferta de bolsas pagas pelo governo federal, passando de 1,7 mil vagas a cada ano para 2 mil (mais informações nesta página).

No total, o País tem mais de 10 mil vagas de residência por ano, em hospitais e universidades privadas, estaduais e municipais, além das pagas pelo governo federal. Seria o suficiente para os pouco mais de 10 mil formandos anuais, não fosse o fato de que algumas faculdades não têm qualidade suficiente para permitir que seus alunos sejam aprovados já no primeiro ano em um programa de residência.

Essa deficiência, associada à oferta mal distribuída de vagas, aprofunda a situação de carência em diversas regiões. O estudo das duas pastas também levantou as especialidades mais em falta nos hospitais. Gestores reclamaram da ausência, em primeiro lugar, de pediatras. Depois, fazem falta anestesiologistas, psiquiatras, neurologistas e médicos para atendimento de urgências e emergências. Apenas em terceiro lugar aparece o fato de os profissionais considerarem baixos os salários oferecidos no sistema público.

GERIATRIA - O plano lançado pelo governo federal inclui a prioridade de novas bolsas para as áreas em que há escassez de profissionais e para outras que, se ainda não são um problema, devem se tornar, em pouco tempo, uma dor de cabeça para os gestores dos hospitais. Uma delas é a geriatria - em um País onde a proporção de idosos cresce a cada ano, o número de médicos geriatras não aumenta proporcionalmente.

O plano, no entanto, é de longo prazo. As 2 mil novas vagas serão ofertadas até 2011. Os ministérios reconhecem que em alguns locais não existe estrutura para a criação de programas de residência. A intenção é que instituições candidatas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste se associem a outras com programas já consagrados para montar sua proposta, treinar profissionais, criar uma infraestrutura. No entanto, isso leva tempo. Não devem ser criados novos programas no prazo de um ano.

Edição:  Prof. Christian Messias  | Fonte:  O Estado de São Paulo, 26/10/2009 - São Paulo SP

TAGS