Escolas Médicas do Brasil

Alunos de medicina da UNIRG querem audiência com o governador Siqueira Campos

 25/02/2011

23/02/2011

Alunos de medicina da Unirg querem audiência com o governador Siqueira Campos

Por: Wesley Silas

 

Em busca de melhorias no curso de medicina, membros do C.A visitaram a representante do governo na região Sul do Tocantins, Goiaciara Cruz, para pedir uma audiência com o governador Siqueira Campos. Ao AtitudeTO os alunos noticiaram desvinculação do C.A com o DCE e que a paralisação trás prejuízos aos alunos. 

Representantes do C.A, José Rossy, Marcelo e Valdeci Justino (Foto: Wesley Silas)


Os alunos foram levados nesta quarta-feira, 23, pelo vereador Jonas Barros na casa da Secretaria Extraordinária de Organização e Implantação da Região Metropolitana de Gurupi, Goiaciara Cruz, com o pedido de que ela marque uma audiência com o governador Siqueira Campos para tratar de assuntos que vão desde a avaliação periódica do curso pelo Conselho Estadual de Educação, criação de um Hospital Escola e a sonhada federalização do Centro Universitário Unirg.

A mobilização estudantil merece credibilidade e respeito pelo fato de que os alunos assumiram uma postura e luta por melhorias que ultrapassam os muros do Centro Universitário Unirg e interesses políticos partidários.

- O C.A de Medicina está voltado para uma mobilização estudantil. Não estamos apoiando greve. Estamos mobilizando os estudantes de medicina para procurarmos melhorias para o curso em si - disse o presidente, Valdeci Justino da Silva Jr.

Diante aos últimos acontecimentos envolvendo "rixas em um programa de televisão", Valdeci disse que a conduta do presidente do DCE colocou em cheque sua representatividade e tornou um "problema grave" que está sendo enfrentado pelos estudantes. Ele defendeu que os dirigentes da instituição, alunos, professores e servidores tenham uma relação respeitosa.

- Ontem tivemos uma Assembléia Geral onde os acadêmicos de medicina votaram por unanimidade pela desvinculação do C.A de medicina com o DCE. Não faremos mais parte e não vamos mais atuar juntamente com o Diretório da maneira que ele está. O confronto está entre o CEBES que é formado pelos presidentes dos CAs e o presidente do DCE. Os presidentes dos CAs já demonstraram que não querem que o diretório permaneça na maneira que está - disse.

Massa de manobra

Perguntado se os alunos se sentiram massa de manobra dos professores, Valdeci lembrou da greve de 2009 que, segundo ele, as reivindicações dos acadêmicos não foram atendidas naquela época.

- Nós lutávamos para que não houvesse aumento e na verdade houve. Não foi um aumento exorbitante, mas houve um aumento de 15% e as reivindicações que os professores fizeram eles obtiveram as conquistas delas. A falta de sucesso na mobilização dos estudantes naquela época fez com que sentíssemos que estávamos sendo usado como massa de manobra - disse.

Amadurecidos, os representantes dos alunos agora buscam conquistar qualidade no ensino, evitando assim, que o movimento grevista dos professores e servidores atrapalhem a mobilização voltada para sensibilizar as autoridades e a comunidade da situação em que se encontra a Unirg.

- A nossa mobilização é voltada apenas para os estudantes. Não entramos com os professores porque não concordamos em algumas reivindicações que eles têm, que, a princípio é o aumento das mensalidades. [...] Os acadêmicos estão sem aulas e no período das nossas férias nós teremos que continuar aqui estudando para poder haver uma recuperação das aulas. [...] Mas, se a lei embasar, o movimento dos professores é um direito deles. Entretanto, os acadêmicos têm o seu posicionamento diferente - disse.

Bandeiras defendidas

Para o vice-presidente do C.A de Medicina, José Vasconcelos Rossy Jr., a intenção do movimento não é entrar em questão política ou manifestar contra ou a favor da greve dos professores e servidores. Para ele o momento é de lutar pelo ideal que os alunos acham importante.

- Nossa linha de trabalho hoje é a mobilização estudantil e para isso estamos levantando três bandeiras importantíssimas para a medicina e para a Unirg - disse.

A primeira bandeira defendida pelo movimento "Salve a Unirg, salve a medicina!" é uma preocupação da avaliação do curso que acontece nos próximos meses pelo Conselho Estadual de Educação. Segundo Rossy, o problema acontece não só na Unirg, mas também em todo Brasil onde se tem visto nos jornais "MEC fechando cursos de medicina pela falta de qualidade dos cursos".

- Nós estamos sem condições e com péssima estrutura. Essa é a nossa preocupação urgente. Algo tem que ser feito para os próximos dois ou três meses para incrementar o curso. [...] Um estudante de medicina bem formado vai retornar para a comunidade prestando serviços de qualidade - disse.

A segundo bandeira defendida é a construção de um Hospital Escola na Cidade. Uma das esperanças é a implantação do Hospital Geral de Gurupi anunciado pelo governo do Tocantins.

- Um hospital Escola não beneficia somente o curso de medicina. Ele beneficia toda a sociedade. Hoje quando o estudante está quase pronto para servir a comunidade ele é enviado para outros estados. Imagine, Gurupi investe na faculdade, investe nos alunos e quando eles estão prontos para devolver este investimento e servir a comunidade, são enviados para outros lugares [...] O hospital escola vai fazer com que os 240 alunos fiquem na cidade servindo a comunidade local. Com esses alunos, Gurupi terá uma vocação muito grande para ser um pólo de saúde no Tocantins. Hoje a cidade tem carência de especialista porque a estrutura local não comporta esses profissionais - informou.

A terceira Bandeira defendida pelos alunos é baseada na lei federal, a 7708, de dezembro de 88, que prevê a implantação da universidade, mas nunca houve dotação orçamentária aprovada para implantá-la.

- Essa universidade Federal pode encampar a Unirg e pode trazer muitos recursos do governo Federal. Vai aumentar o número de alunos, o número de empregos e comércio, além de favorecer o avanço de pesquisas por meio da Ciência e Tecnologia - disse Rossy.

Para secretário do C.A, Marcelo Rodrigues Del Papa, a visita a representante do Governo Estadual na região, Goiaciara Cruz, foi intermediada pelo vereador Jonas Barros, e tem como objetivo o agendamento de uma reunião com o governador Siqueira Campos para que os alunos possam apresentar suas bandeiras.

O curso conta hoje com 740 alunos, destes 240 são internos, sendo que 24 atuam no Hospital Regional de Gurupi.

- Para sermos mais ativos na política vamos transferir nossos títulos para Gurupi e, aproveito aqui, para convidar todos para participarem de um movimento que acontece nesta quinta-feira, 24, com saída prevista na Praça da Abadia e em seguida levaremos as nossas bandeiras pelas ruas de Gurupi - , concluiu.

 


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