11/11/2011
Cremesp divulga resultado de exame dirigido a estudantes de Medicina e recém-formados |
Qua, 09 de Novembro de 2011 11:45 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Em 2011, 46% dos participantes foram reprovados
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) promoveu em outubro de 2011, pelo sétimo ano consecutivo, o Exame do Cremesp, que avalia o desempenho dos estudantes de sexto ano das escolas médicas paulistas. Dentre 523 inscritos, 418 (80%) formandos em medicina compareceram ao exame em 2011. Desses, 191 (46%) foram reprovados.
Quadro 1 – Participantes e índice de reprovação do Exame do Cremesp – 2005 a 2011
O Exame do Cremesp de 2011 foi realizado em uma única etapa, uma prova objetiva contendo 120 questões distribuídas em nove áreas básicas de conteúdo. A nota considerada de corte é 6. O Exame é aplicado pela Fundação Carlos Chagas, instituição com grande experiência em concursos. A média obtida pelos presentes foi de acerto de 73,5 pontos dentre as 120 questões. O participante com nota mínima acertou 30 questões e o que atingiu a maior nota acertou 114 questões.
Quadro 2 – Proporção de aprovação do Exame do Cremesp – 2005 a 2011
“O resultado demonstra, de forma persistente, sérias deficiências no ensino médico no Estado de São Paulo. É importante considerar que a situação pode ser pior. Devido ao caráter opcional do exame, em tese os alunos mais preparados podem demonstrar maior interesse em participar da avaliação” afirma Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro do Cremesp e coordenador do exame. O número de participantes (418 formandos) no Exame do Cremesp 2011, embora inferior ao de 2010, é uma amostra significativa: corresponde a 16% do universo de estudantes que cursaram o sexto ano de medicina no Estado. Atualmente existem 30 escolas médicas em atividade em São Paulo, sendo que 28 delas formam aproximadamente 2.500 médicos por ano. As outras duas ainda não formaram suas primeiras turmas. Estiveram representados no último Exame do Cremesp 25 cursos de medicina, dentre os 28 em atividade no estado com alunos formados em 2011. Não participaram do exame em 2011 os egressos de três escolas: Centro Universitário Barão de Mauá, de Ribeirão Preto; Universidade Federal de São Carlos (Ufscar); e Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Desempenho em áreas básicas da medicina é preocupante - O desempenho dos participantes pode ser medido conforme áreas do conhecimento médico (Quadro 3). Abaixo de 60% de acertos, o resultado por área de conhecimento é considerado insatisfatório. Chamou a atenção o baixo percentil de acertos em campos essenciais da medicina, como Saúde Pública (49,0% de acertos), Obstetrícia (54,1%), Clínica Médica (56,5%) e Pediatria (59,3%), especialidades que concentram a solução de muitos problemas de saúde da população. Em 2011, o desempenho geral acima de 60% ocorreu nas áreas de Bioética, Saúde Mental, Clínica Cirúrgica, Ginecologia e Ciências Básicas. Apenas em Bioética o desempenho foi superior a 70%.
Quadro 3 – Áreas de conhecimento e médias de acertos – Exame do Cremesp – 2010
Participantes erram respostas para situações comuns na prática médica - Questões que tiveram baixa proporção de acertos podem revelar a falta de conhecimento dos participantes na solução de eventos freqüentes no cotidiano da prática médica. Muitos daqueles que participaram do Exame do Cremesp de 2011 desconhecem o diagnóstico ou tratamento adequado de problemas de saúde como infecção de garganta, meningite, sífilis, atendimento em saúde mental, dentre outros. A seguir (Quadro 4) alguns exemplos de questões e a porcentagem de participantes que erraram a resposta.
Quadro 4 – Exemplos de questões e percentual de erro – Exame do Cremesp 2011
Escolas públicas tiveram maior proporção de aprovação - No resultado do Exame do Cremesp, de acordo com a natureza das escolas médicas (Quadro 5), verifica-se que a proporção de aprovação foi maior entre os cursos de medicina públicos (76,6%), quando comparados com os participantes oriundos de instituições privadas (42,5%). No entanto, o comparecimento de alunos formados em escolas públicas foi menor. Além disso, o resultado não é homogêneo: há escolas privadas com bom desempenho e públicas com resultados menos satisfatórios. O número reduzido de participantes de algumas instituições impede a divulgação de resultado por escola.
Quadro 5 – Resultado do Exame do Cremesp 2011, segundo natureza das escolas médicas
A participação no Exame do Cremesp não é obrigatória e não é pré-requisito para a habilitação do médico ao exercício profissional. O participante aprovado recebe um certificado, que pode ser útil no currículo. O Cremesp é favorável a um exame obrigatório no final do curso, realizado por instituição externa às escolas médicas. Mas somente uma lei federal poderá instituir a obrigatoriedade, condicionando seu resultado à obtenção do registro profissional do médico no Conselho Regional de Medicina (CRM). Para o Presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, “após sete anos de exame, o Cremesp está convencido de que uma medida excepcional precisa ser tomada, em respeito à população que confia a saúde e a vida aos médicos” Azevedo cita a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou a constitucionalidade do exame da OAB: “o STF entendeu que a prática de um profissional sem a devida capacitação traz perigo e dano à sociedade”. O Exame do Cremesp firmou-se como uma proposta inovadora de avaliação externa do ensino médico. Vem somar-se a outras medidas, igualmente apoiadas pelo Cremesp, como a avaliação permanente in loco realizada pelas próprias faculdades durante a graduação e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade/MEC). A partir de 2012, o Exame do Cremesp será reavaliado em conjunto com as escolas médicas, visando maior participação dos alunos, docentes e dirigentes no processo de avaliação. Fonte: Cremesp |
Do G1, com informações do Bom Dia Brasil
O exame de proficiência de estudantes formandos em cursos de medicina no estado de São Paulo apresentou um índice de 46% de reprovação, número 3% maior que no ano passado. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) promoveu em outubro, pelo sétimo ano consecutivo, a prova que avalia o desempenho dos estudantes de sexto ano das escolas médicas paulistas.A participação no exame não é obrigatória.
Dentre 523 inscritos, 418 (80%) formandos em medicina compareceram ao exame
em 2011. Desses, 191 (46%) foram reprovados. Excluindo os dois primeiros anos, quando o exame estava ainda em fase experimental, entre 2007 e 2011 participaram da prova 3.135 candidatos com 1.832 (58.4%) reprovações. Nos últimos cinco anos a proporção de aprovação foi sempre menor que 60%.
O teste teve 120 questões. Ninguém conseguiu acertar todas. O melhor aluno acertou 114; e o pior, só 30. "No exame deste ano, as questões prevaleceram um número, e já nos deram esse dado um número de questões de conhecimento moderado. Quer dizer, não existem questões muito difíceis", afirma Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador do exame.
O conselho defende a obrigatoriedade do exame para o formado exercer a medicina, como acontece com os bacharéis de direito que têm de passar no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. "Após sete anos de exame, o Cremesp está convencido de que uma medida excepcional precisa ser tomada, em respeito à população que confia a saúde e a vida aos médicos". Azevedo cita a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou a constitucionalidade do exame da OAB: "o STF entendeu que a prática de um profissional sem a devida capacitação traz perigo e dano à sociedade".