Escolas Médicas do Brasil

Presa Quadrilha que cobrava altos valores em dinheiro para realizar provas de vestibular de medicina.

 08/09/2020

Polícia prende 9 suspeitos de fraudar vestibular com venda de vagas em curso de medicina no interior de SP

Mandados de busca e apreensão e de prisão são cumpridos na 2ª fase da Operação Asclépio, da Polícia Civil de Assis (SP). Grupo, que burlava vestibular com formados e estudantes fazendo a prova para candidatos, teria movimentado R$ 5 milhões.

Segundo a polícia, o grupo cobrava até R$ 120 mil por vaga.

Foram expedidos 22 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária em cidades de São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Minas Gerais.

Dos 12 mandados de prisão, a polícia cumpriu nove:

Ribeirão Preto (SP): prisão de um captador, que é quem mantém contato com os alunos que compra a vaga; 

São Paulo (capital): prisão de um "piloto", quem faz a prova se passando pelo aluno;

Campina Grande (PB): prisão de uma "pilota"; jovem de 23 anos, estudante de medicina. Ela é suspeita de ter feito a prova no lugar de 15 pessoas;

Mossoró (RN): prisão de um "piloto", um médico de 27 anos que atua como clínico geral;

Natal (RN): prisão de quatro pessoas. Mentor do grupo criminoso, que faz a ligação entre o "piloto" e captador, a esposa dele, e dois pilotos.

Rio de Janeiro (RJ): um dos alvos da operação que, segundo as investigações estaria em Natal, foi localizado na cidade. Ele também era um dos "pilotos".

Segundo a polícia, quatro pessoas (três "pilotos" e um falsificador) são consideradas foragidas, todas em Natal. As prisões são temporárias por cinco dias, mas podem ter o período prorrogado.


As investigações começaram em 2017 após uma denúncia da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), que foi informada pela Vunesp, empresa responsável pelo vestibular para ingresso no curso de medicina, que as impressões digitais de cinco candidatos inscritos no vestibular apresentavam inconsistências.

A partir disso, a Polícia Civil realizou, em abril de 2019, a primeira fase da operação que prendeu 17 pessoas envolvidas no esquema. 

Durante as investigações, a polícia apurou que a fraude no vestibular consistiu na realização da prova por terceiras pessoas, que se identificaram como os verdadeiros candidatos, denominados pela quadrilha como “pilotos” - pessoas que faziam as provas no lugar dos candidatos.

Eles assinaram as listas de presença e as folhas de respostas, assim como tiveram coletadas suas impressões digitais e captadas suas imagens durante a realização da prova do vestibular. Com isso, os investigadores passaram a trabalhar para identificar os “pilotos”.

Em nota, a FEMA informou que todos os envolvidos tiveram as matrículas canceladas. A fundação diz ainda que segue colaborando com as investigações.


Grupo movimentou R$ 5 milhões


O responsável por articular o esquema foi preso na primeira fase da operação, em abril de 2019.

Segundo a Polícia Civil, as investigações identificaram que o suspeito, que morava em Presidente Prudente, vendia as vagas para os cursos de medicina e também as transferências de alunos para outras faculdades.

Além dele, foram presas outras 16 pessoas envolvidas no esquema na primeira fase.

O valor cobrado por vaga seria de R$ 80 mil a R$ 120 mil por estudante. Segundo as investigações, a quadrilha teria movimentado R$ 5 milhões em seis meses.

A operação recebeu o nome de Asclépio, que é o deus da medicina e da cura na mitologia grega e romana. Veja abaixo a reportagem sobre a primeira fase da operação.