17/12/2020
Uma das causas para a baixa porcentagem, pode ser a crescente no número de cursos nos últimos anos
Segundo os dados do Conceito Preliminar de Curso (CPC) 2019, a partir das notas dadas aos cursos de medicina, somente 1,7% dos cursos atingiram a nota máxima, já a maioria (56%) alcançou nota 4, além de 42% ter obtido nota 2 ou 3. As notas da avaliação do CPC variam de 1 a 5, sendo que os cursos que tiverem nota inferior a 3, serão automaticamente incluídos no cronograma de visitas dos avaliadores do Inep, podendo até mesmo sofrer o descredenciamento.
Como funciona o CPC?
O CPC é uma avaliação dos cursos com base em uma escala de 1 a 5. Para chegar ao resultado, são levados em consideração o desempenho dos estudantes no Enade; o indicador de diferença entre os desempenhos observado e esperado (IDD); a proporção de mestres, doutores e regime de trabalho do corpo docente.
Também considera a percepção dos estudantes sobre seu processo formativo, esta última obtida conforme informações do questionário do estudante do Enade.
Por que poucos cursos atingiram nota máxima?
Uma das principais razões para este dado, segundo o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Donizetti Giamberardino, é o aumento expressivo no número de cursos de medicina, o que pode ter impactado a qualidade dos cursos.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2003 e 2018, foram criados 178 cursos de medicina, Giamberardino faz a crítica: “Nenhum país fez isso porque escola médica, por estar muito vinculada à segurança do cidadão, ela tem que ser feita de forma muito criteriosa e tem que ter critérios técnicos”.
O vice-presidente, em relação aos 42% que obtiveram nota 2 ou 3, ressalta: “Isso mostra que nós temos que ter muita que nós temos que ter muita atenção com curso de medicina e que os conceitos de avaliação devem ser rigorosos. Temos que defender e apoiar o MEC, para que ele consiga desempenhar suas funções sem influências políticas.”
Ainda, destaca a importância dos cursos de medicina apresentarem um campus de estágio, para que os alunos tenham a possibilidade de realizar treinamentos e capacitações. Segundo Giamberardino, esse ponto foi prejudicado com a abertura de diversos cursos de medicina, portanto, é preciso ter atenção especial neste aspecto.