17/07/2008
30/06/2008
Finalistas de Medicina manifestam-se junto aos HUC
Os alunos finalistas de Medicina contestam a realização, em Julho, do exame final de curso, que apelidam de redundante, por integrar matérias a que já foram avaliados durante o 6.º ano de estudos.
Os estudantes de Medicina da Universudade de Coimbra (UC) anunciaram uma concentração de protesto pelo fim do exame final, agendada para as 13H30 de hoje, na entrada principal dos HUC.
Alegam ainda que a Faculdade de Medicina de Coimbra (FMUC) é a única das sete escolas médicas nacionais a realizar um exame final naqueles termos, agendado para 27 de Julho, impedindo os estudantes de se prepararem convenientemente para o exame da especialidade no último trimestre de 2007.
“Não procuramos facilitismos, não queremos um 6.º ano mais fácil. Mas somos prejudicados por um exame final redundante, depois de todas as avaliações, somos avaliados pelas mesmas matérias” disse à agência Lusa Joana Bento, da comissão de representantes do 6.º ano de Medicina.
Os responsáveis da comissão frisam que a “avaliação exaustiva e objectiva” a que são sujeitos durante o 6.º ano de estudos é seguida de um exame final, que, contemplando todas as valências, ocorre “apenas em Coimbra”.
Nas restantes seis faculdades do país, o exame final “não existe ou é facultativo”, dizem, com excepção da Universidade do Minho – onde são apresentados casos clínicos com 10 questões de resposta múltipla – e Covilhã, “apenas prático”, alegam.
“No final do ano temos de fazer tudo outra vez, sobre matérias que não estão incluídas no exame de admissão à especialidade. Somos verdadeiramente injustiçados” referiu, por seu turno, Jorge Rodrigues.
Pretendem concorrer, no acesso à profissão – definido pela melhor média de curso – com os futuros médicos de outras escolas do país “em igualdade de circunstâncias”, frisando que o ano lectivo, em Coimbra, termina no final de Julho ao contrário de outras faculdades que terminam um mês mais cedo ou na mesma altura mas sem exame final.
Preocupados com a eventualidade de terem “apenas dois meses, sem direito a férias, depois de um ano extremamente cansativo” para estudar as cinco áreas clínicas do exame de admissão à especialidade [agendado para o último trimestre de 2007 mas ainda sem data definida, o que também criticam], têm vindo a desdobrar-se em contactos com os órgãos da escola para ser encontrada uma solução.
“A nossa proposta é de mudar sem prejuízo da formação. Vêem o exame final como a pérola da faculdade mas somos os únicos que o fazemos”, lamentou Jorge Rodrigues.
Sem resposta afirmativa às suas pretensões por parte da comissão coordenadora do 6º ano e do conselho directivo da Faculdade de Medicina, os estudantes levaram a questão à reunião do Senado Universitário e contam com o apoio dos Conselhos Científico e Pedagógico que emitiram pareceres no sentido do exame final poder ser eliminado.
Os Conselhos Pedagógico e Científico, presididos, respectivamente, por Duarte Nuno Vieira e Catarina Oliveira, apoiam a pretensão dos alunos “desde que cumprida uma avaliação parcelar a cada um dos módulos”, que os estudantes dizem ter sido realizada, com excepção da área de Saúde Mental.
Ouvido pela Lusa, Duarte Nuno afirmou que o Conselho Pedagógico “limitou-se a dar uma opinião”, dado não ter tutela sobre o 6.º ano de estudos.
Acrescentando que o curso de Medicina da UC é, no país, “o que melhor prepara os alunos”, o também presidente do Instituto de Medicina Legal (IML) remeteu, no entanto, mais esclarecimentos para a comissão coordenadora do 6.º ano.