Escolas Médicas do Brasil

ENADE 2007 - Cursos de medicina - por José A.Maia

 29/04/2008

Cursos de medicina

"A propósito das notícias e discussões recentes sobre a qualidade das escolas médicas do país, creio que o foco não deva ser na quantidade dos cursos oferecidos, mas em sua qualidade. Faculdades 'tradicionais' (muitas, aliás, criadas durante o 'boom' do regime de exceção neste país...) têm projetos pedagógicos antigos, ultrapassados, copiados (e mal) de escolas americanas. Tais currículos são 'engessados' pelos ditames de Flexner, que na primeira e segunda décadas do século passado provocou mudanças importantes para a época, mas inadequadas para o mundo atual, em que o conhecimento evolui em velocidade vertiginosa, não permitindo 'ensinar tudo que um médico precisa saber para exercer sua profissão' durante os seis anos de graduação. Uma visão menos preconceituosa de algumas das chamadas 'escolas novas' revela o aprimoramento de metodologias de aprendizagem ativa pelo estudante, aproximando cada vez mais a formação de graduação da prática profissional, na qual temos que saber como e onde buscar as informações de que precisamos para resolver, de forma significativa e integrada, problemas com os quais nos deparamos e que nos desequilibram cognitivamente. Nesse contexto, o MEC tem feito importantes iniciativas nos processos de avaliação, tanto de autorização quanto de reconhecimento de cursos, que, esperamos, resultem na melhor formação possível de nossos estudantes, voltadas para as reais e peculiares necessidades de saúde da população brasileira."

JOSÉ A. MAIA médico, professor de medicina e membro do banco de avaliadores do INEP (São Paulo, SP)



TAGS