05/08/2008
20 dos 26 laboratórios necessários para que o curso funcione na universidade estão prontos
05/08/2008 | 00:02 | Maria Gizele da Silva, da sucursalPonta Grossa - O anúncio esperado há cinco anos pelos moradores de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, deve ser feito hoje pelo governador Roberto Requião, na Escola de Governo, em Curitiba. O curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) será reaberto e ofertado no vestibular de verão. A faculdade foi criada pelo então governador Jaime Lerner, em 2002, e fechada por Requião no ano seguinte.
A nota sobre a reimplantação do curso foi veiculada ontem na Agência Estadual de Notícias, órgão de divulgação do governo paranaense. Segundo a Agência, o governador irá anunciar o retorno do curso dentro de um pacote de investimentos na área da educação básica e superior. O governador definiu detalhes do pacote com seu secretariado ontem. A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, afirmou à Agência que agora a Secretaria irá formatar os projetos pedidos pelo governador.
O vice-reitor da UEPG, Luciano Vargas, irá participar da Escola de Governo hoje. Ele afirmou que o anúncio já era esperado. Em abril, ele presidiu a conclusão de um relatório das condições da faculdade para a reinstalação do curso. O diagnóstico foi pedido pelo próprio governador e analisado pelo governo em maio.
Segundo Vargas, entre os fatores que influenciaram na decisão favorável do governador estão a construção do Hospital Regional dentro do câmpus da Universidade e a melhoria da estrutura. As obras do hospital estão 65% concluídas. A previsão é de que a parte física seja entregue em abril de 2009. Dos 26 laboratórios necessários para a reabertura da faculdade, 20 estão prontos.
O decreto que fechou o curso foi assinado por Requião em maio de 2003. Ele alegou falta de estrutura para o funcionamento do curso. A suspensão levou entidades a criarem o Movimento Pró-Medicina, que realizou protestos contra o governador. Um dos integrantes, Tito Fonseca, acredita que tanto o fechamento quanto a reabertura têm motivos políticos. “A reabertura vai ser usada nos palanques como mote de muitas campanhas”, critica. Para o prefeito de Ponta Grossa Pedro Wosgrau Filho (PSDB) a comunidade de toda a região será beneficiada porque a faculdade virá acompanhada de um hospital.
O Paraná tem hoje nove faculdades de Medicina, sendo cinco particulares. Em todo o Brasil já existem 175 escolas médicas.