UFBA - Faculdade de Medicina receberá visita da Comissão do MEC

A Faculdade de Medicina da Ufba deve receber, neste ou no próximo mês, a visita da comissão de avaliação do Ministério da Educação (MEC), presidida pelo ex-ministro da Saúde Adib Jatene, por duas vezes titular da pasta, nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. A informação foi confirmada pela Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) que cobra explicações sobre o fraco desempenho do curso tanto no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) como no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), relativos ao ano de 2007.

Com a criação de um novo conceito pelo MEC, que leva em conta a avaliação dos professores e da infra-estrutura da instituição, o curso obteve a nota 3 e não ficou isento da apreciação do órgão. Todas as 17 faculdades de medicina, que em abril integraram o ranking das piores do país, receberão visitas da comissão, cujo calendário ainda não foi fechado. Entre elas, está o curso da Ufba. Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, o processo de supervisão dos cursos de medicina, através da Sesu, permanece seguindo cronograma próprio, de acordo com as visitas programadas nos meses de agosto e setembro nos 17 cursos apontados.

“A Medicina da Bahia obteve Enade e IDD insuficientes, mas, uma vez agregados novos indicadores, alcançou um conceito satisfatório. A faculdade poderá apresentar à Comissão de Supervisão este fato como elemento positivo. Porém, esta possibilidade não descaracteriza o fato motivador da supervisão”, declarou Mota. O diretor da Famed, José Tavares Neto, afirmou estar descrente. “É mentira. Fizeram aquele foguetório em abril (quando foi anunciado o ranking das piores) e até agora só nos resta o silêncio de Adib e do ministro Fernando Haddad”, criticou, pontuando que até hoje não recebeu um único dado sobre o desempenho da faculdade. “Talvez se nós reclamássemos mais, passássemos para nota 4 ou 5”. 

Desculpa - A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) divulgou um texto no site da instituição, creditando o baixo desempenho do curso de fonoaudiologia ao boicote dos estudantes ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade 2007) – embora o CPC considere ainda a avaliação dos professores e da infra-estrutura da instituição. Segundo o estudante Mateus Quadros, da coordenação do Diretório Acadêmico (DA) do curso na Uneb, a entidade estudantil promoveu intensa mobilização antes e durante o exame, para obter a adesão dos colegas ao boicote.

O curso obteve uma das piores classificações, ao lado dos de educação física da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e o da Universidade Católica do Salvador (Ucsal). O CPC dos três só atingiu o índice mínimo (1). A coordenadora do curso Maria da Glória Canto disse que o corpo docente é composto de 88% de professores doutores, doutorandos e mestres. “De 44 docentes que ensinam no bacharelado de fonoaudiologia, dez possuem o título de doutor, três são doutorandos e 25 são mestres – títulos obtidos em universidades reconhecidas nacionalmente, a exemplo da USP e PUC de São Paulo”, acrescentou.