Escolas Médicas do Brasil

O duro encontro com a realidade

 27/01/2006

O DURO ENCONTRO COM A REALIDADE

Durante os dez longos anos de formação, o estudante de medicina aprende que quanto maior a rapidez do diagnóstico, a exatidão do exame e a eficácia do remédio, mais rápida é a recuperação do paciente. O que não é ensinado na faculdade é que muitas vezes este profissional não terá, nas unidades da rede pública de saúde, acesso aos recursos básicos para salvar vidas.

- A desilusão vem logo após o término do curso. O médico depara-se com um mercado de trabalho reticente e, quando encontra um local para trabalhar, surgem os primeiros conflitos - analisa José Teixeira, diretor do Sindicato dos Médicos do Rio.

Segundo ele, a tensão começa quando o profissional percebe que não dispõe dos recursos de que precisa para fazer o atendimento.

A sensação de estar de mãos atadas leva alguns médicos a desistir da profissão. Hoje estudante de hotelaria, Paula Canongia largou a medicina antes mesmo de concluir o curso. Depois de seis períodos na UnigranRio, ela desistiu do sonho de criança quando começou a atender no ambulatório da faculdade.

- Às vezes, não tínhamos remédios para dar nem material. É muito frustrante você saber ajudar, querer ajudar e não ter como fazer nada - desabafa Paula, hoje funcionária do Copacabana Palace.

Paula continua , como ela mesma diz, ''''''''''''''''''''''''''''''''achando linda a medicina''''''''''''''''''''''''''''''''. Mas o convívio com os doentes e a idéia de ter de lidar com a morte fizeram-na mudar de idéia.

- O problema não era o número de horas que eu teria de dedicar ao trabalho, mas sim o estresse que teria no futuro. Queria algo que me desse prazer - conta.

A identificação com a hotelaria veio de uns cursos que Paula já havia feito, apenas como hobby:

- Percebi que queria aquilo como uma carreira. Hoje me encontrei.


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