10/09/2008 - 20h03
Estudantes da "pior universidade" ocupam reitoria, após ranking do MEC
Da Redação
Em São Paulo
Estudantes da Uncisal (Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas), em Maceió, ocuparam a reitoria da instituição na tarde desta quarta-feira (10) e afirmam que passarão a noite no local. O protesto acontece dois dias após a divulgação do
novo índice do MEC, que colocou a universidade como a pior do país.
Isaac Secundo, 24 anos, aluno do 6º do curso de medicina da Uncisal, estima que cerca de 300 estudantes participaram da manifestação que começou às 12h e culminou na invasão da reitoria às 15h.
Ele conta que cem alunos continuam no local para montar a lista de reivindicações que será entregue ao reitor,possivelmente, nesta quinta (11). "Vamos pedir melhoria na estrutura física, capacitação de professores, mais campos para desenvolvermos as atividades práticas e uma auditoria externa para fiscalizar as contas da universidade", diz.
Secundo ressalta que a divulgação do índice apenas acelerou o movimento por melhoria na universidade. "A atual gestão investe nos cursos de pós em detrimento da graduação. A situação vem piorando a cada ano e agora estourou com a divulgação dos dados do MEC", diz.
Segundo o aluno, o reitor estava no prédio no momento da ocupação e reagiu de maneira amigável. "Fizemos um acordo e permitimos a presença de segurança desarmado para garantir que não haja danos ao patrimônio público."
O
UOL Educação procurou o reitor da Uncisal após às 18h e não obteve resposta.
Nota ruim
Na Folha de S. Paulo da última terça-feira (12), o reitor da Uncisal disse que o baixo desempenho da universidade no índice no MEC se deve ao aumento de dois para nove cursos- e de 500 para 1.200 alunos- desde 2005.
"O MEC avalia o número total de cursos e divide pela nota geral [dos alunos], o que dá um indicador baixo. Os cursos novos só serão avaliados daqui a dois anos", disse.
O ranking do MEC
Foram avaliadas 173 universidades, 131 centros universitários e 1.144 faculdades isoladas e integradas. Do total, 35,5% das instituições públicas têm percentual de IGC 4 e 5. Entre as instituições privadas, essa proporção é de 4,9%.
Segundo o MEC, as que ainda não tiveram o seu indicador calculado são instituições novas, que não possuem concluintes em seus cursos.
No cálculo do indicador, são utilizados a média do CPC (conceito preliminar do curso) e o conceito fixado pela Capes para a pós-graduação. A média dos conceitos dos cursos é ponderada pela distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado).
Para esta edição, foram utilizados os CPCs referentes às edições do Enade no período de 2005 a 2007. Esse indicador de cursos considera, além de resultados de avaliação de desempenho de estudantes, infra-estrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente.
A nota da Capes é referente à avaliação do triênio de 2004 a 2006.