28/09/2008
A Ordem dos Médicos está de acordo com a intenção do Governo em contratar mais médicos estrangeiros, muito embora tenha lembrado que é necessário que estes estejam bem preparados.
O bastonário desta Ordem frisou que não irá permitir que trabalhem em Portugal «médicos que não tenham a formação adequada, uma vez que «em muitos lugares do globo, por motivos estritamente económicos, muitas universidades que não têm qualidade comparável às universidades portuguesas».
«Formam médicos que não são médicos capazes de trabalhar no nosso sistema de saúde, que é do primeiro Mundo», afirmou Pedro Nunes, em declarações à TSF.
O bastonário da Ordem dos Médicos lembrou ainda que há muitos estudantes que se encontram actualmente nas universidades portuguesas e que depois vão necessitar de trabalho.
«Portanto, é de esperar que dentro de três, quatro anos, esses médicos comecem a fazer o seu internato. O que é necessário garantir é que esses médicos sejam aproveitados», acrescentou.
Pedro Nunes disse ainda concordar com as palavras da ministra da Saúde que defendeu, este domingo, que não há saturação no mercado de trabalho para os internos de Medicina Geral e Familiar.
«Há uma enorme falta de médicos de família. É natural que estes médicos tenham de ser formados e que haja, neste momento, muitos internos para que dentro de três, quatro anos se reformarem os actuais médicos de família, a situação esteja controlada», explicou.
O bastonário acusou ainda o coordenador do internato de Medicina Geral e Familiar do Centro de estar apenas a olhar para apenas para um lado quando disse, no sábado, que há uma saturação no mercado de trabalho destes médicos.
Rui Nogueira acrescentou ainda que o Ministério da Saúde não está a demonstrar capacidade para colocar no mercado de trabalho este tipo de médicos.