Santa Casa de Campinas quer curso de medicina

O vice-provedor da Santa Casa, Cirilo Muraro: "Expectativa é de iniciarmos a primeira turma em 2010"
(Foto: Rogério Capela/AAN)

Resgatar sua vocação de hospital-escola e oferecer mais uma alternativa de curso superior na área da saúde é a meta da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, com a proposta de criação de uma faculdade de medicina na região central. O vice-provedor da Santa Casa, Cirilo Muraro, explica que a Irmandade de Misericórdia, mantendora do hospital, já contratou uma empresa especializada — Centro de Desenvolvimento Institucional e Profissional Ltda. —, para preparar o projeto pedagógico que vai embasar o pedido de criação da faculdade para o Ministério da Educação (MEC).

“A Santa Casa tem vocação educacional. Basta lembrar que por mais de 20 anos abrigou a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas )”, diz Muraro, salientando que, após a transferência da FCM para o campus de Barão Geraldo, o hospital ficou com espaço ocioso. “A área externa do prédio já foi recuperada. Para por a faculdade em funcionamento, são necessárias apenas pequenas reformas internas, o que chamamos de acabamento”, comenta o vice-provedor. “A faculdade vai reforçar a política da Santa Casa de ter uma programação voltada para a prevenção e promoção à saúde”, reforça.

Paralelamente à preparação do projeto pedagógico, o hospital está elaborando a montagem dos laboratórios necessários para as disciplinas iniciais. De acordo com Muraro, esta primeira etapa, iniciada em outubro, dura três meses. “Em janeiro entramos com o pedido no Ministério da Educação, e assim que tivermos a autorização, instalamos os laboratórios.”

A avaliação e decisão do MEC deve demorar cerca de seis meses. “A expectativa é iniciarmos a primeira turma em 2010”, afirma Muraro. Pelos estudos preliminares apresentados pela empresa terceirizada que prepara o projeto, as chances de aprovação do pedido pelo MEC são superiores a 70%. Muraro cita que o fato de já ter um hospital é um ponto positivo para a Santa Casa. “O MEC não quer mais faculdades de medicina instaladas sem seu próprio hospital. No nosso caso, temos o hospital filantrópico, com espaço físico adequado, serviço de residência médica e convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, todos os pré-requisitos exigidos pelo ministério.”

Outro diferencial da nova faculdade é a grade curricular, feita por módulos integrados e não por disciplinas. “Ao invés de estudar cada disciplina separadamente, nossa proposta é de integração por módulos interdiciplinares”, reforça. A proposta é criar de 100 a 120 vagas para a primeira turma. “Além de ter sediado uma grande faculdade de medicina por mais de 20 anos, a Santa Casa tem a vantagem de estar instalada no Centro. Isso facilita muito para os estudantes e corpo docente”, avalia, lembrando que muitos dos atuais professores da Unicamp são do corpo clínico dos hospitais Irmãos Penteado e Santa Casa.