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PORTUGAL: Médicos exigem prova de hablitações a colegas cubanos

 15/08/2009

Vinda de 40 profissionais de Cuba para centros de saúde do Alentejo, Ribatejo e  Algarve leva presidente da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral a avisar que é preciso garantir a qualidade dos serviços prestados

Os clínicos gerais portugueses exigem uma garantia de qualidade dos colegas cubanos que foram contratados para centros de saúde do Alentejo, Ribatejo e Algarve.

"Quero acreditar que vai haver um cuidado no sentido de certificar as qualificações dos médicos a serem contratados, o que cabe ao Ministério da Saúde e à Ordem dos Médicos", alerta o presidente da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG), João Sequeira Carlos.

Como o DN noticiou na edição de ontem, o Ministério da Saúde contratou 40 médicos de clínica geral de Cuba. Estes profissionais deverão já no final do mês começar a exercer em vários centros de saúde daquelas três regiões.

Neste momento, os cubanos estão ainda a legalizar a situação profissional, nomeadamente a tentar obter a equivalência e reconhecimento das suas licenciaturas por uma das sete universidade de Medicina portuguesas. É que a Ordem dos Médicos, garante o bastonário Pedro Nunes, só aceita a inscrição destes profissionais estrangeiros se tiveram certificação de uma faculdade nacional.

O presidente da APMCG sublinha ainda que a contratação de cubanos tem de ser apenas "uma solução transitória" que não pode pôr em causa a qualidade do serviço prestado aos utentes.

Para João Sequeira Carlos, a medicina geral e familiar "só de- ve ser desempenhada por médicos especialistas".

Em Portugal, a formação de um médico especialista em medicina familiar prolonga-se por cerca de 10 anos, contrariamente ao que não sucede na maioria dos países da América Latina nos quais só agora começa a existir esta especialidade. Em declarações ao DN, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, disse ter dúvidas sobre as habilitações dos médicos que o Ministério da Saúde quer "importar" da América Latina, considerando ser preferível equacionar "outra soluções" ao nível da União Europeia.

"Seria uma solução interessante ir buscar médicos a países que, como o nosso, têm programas de formação específica em medicina familiar. Esse seria o cenário ideal mas não é fácil pois existe muita competição nesta área", contrapõe o presidente da APMCG.

Os primeiros médicos da América Latina recrutados pelo Ministério da Saúde chegaram em Junho do ano passado provenientes do Uruguai, ao abrigo de um protocolo assinado entre os governos dos dois países. Actualmente encontram-se em Portugal 14 médicos uruguaios a trabalhar no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).