Escolas Médicas do Brasil

Inquérito sobre fraude nos vestibulares deve ser concluído em 10 dias

 27/11/2009

Inquérito sobre fraude nos vestibulares deve ser concluído em 10 dias

Advogado cobrava R$ 35 mil para passar respostas via celular

16/11/2009 - 22:20

EPTV

A Polícia Civil de Pouso Alegre deve concluir em 10 dias o inquérito sobre a suposta fraude nos vestibulares do curso de medicina na região. Um advogado de Caconde, na região Central do estado de São Paulo, que foi preso no domingo (15), negociava resultados da prova por R$ 35 mil. O flagrante foi mostrado nesta segunda-feira (16) pelo Jornal da EPTV.

Acompanhado por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Fernando Aparecido Cantarelli se negou a falar durante o depoimento. Ele vai cumprir prisão preventiva em Pouso Alegre por 10 dias.

O caso

Após receber uma denúncia feita pela mãe de um dos candidatos, a equipe da EPTV e um policial se passaram por candidatos e procuraram pelo advogado Fernando Aparecido Cantarelli, que fazia as negociações da fraude. Ele estava hospedado em um hotel de Pouso Alegre. Durante a conversa com os supostos interessados, Cantarelli disse que se o esquema fosse realizado em São Paulo o preço subiria para R$ 40 mil.

Depois de explicar com detalhes que as respostas eram passadas via telefone celular e que participava de um grupo especializado em resolver questões deste tipo há mais de 20 anos, o advogado recebeu voz de prisão.

No hotel onde estava hospedado, os policiais encontraram uma agenda com diversos nomes e números de telefone de todo o país. Também foram apreendidos alguns envelopes com chips de celulares.

O advogado negou participação no esquema durante entrevista. Ele teve a prisão preventiva decretada e no levantamento da ficha foi constatado que ele já tinha passagens pela polícia por corrupção e aliciamento de menores.

Investigação

O delegado Bruno Aparecido disse que pedirá a quebra do sigilo telefônico do advogado, para investigar a participação de outras pessoas no esquema.

Na Universidade de Pouso Alegre ninguém aceitou gravar entrevista para a EPTV sobre o assunto, mas a assessoria de imprensa da entidade informou que desconhece a participação de funcionários no esquema e que vai aguardar a notificação judicial sobre o caso para se manifestar. Informou ainda que, durante as provas, o material dos alunos (bolsas, mochilas celulares) é deixado na frente da sala e que até a ida dos candidatos ao banheiro é monitorada. O curso de medicina é o mais concorrido e, este ano, foram 23 candidatos por vaga. A mensalidade é de R$ 3 mil em média.

A Universidade Vale do Sapucaí, em Itajubá, informou que vai aguardar a notificação judicial sobre o caso para depois emitir algum comunicado. A universidade também informou que irá apurar o caso com base em dados concretos, para que não haja suspeita sobre a legitimidade do processo seletivo, que é organizado de forma sigilosa e por uma comissão de confiança e com experiência acadêmica. O vestibular aconteceu na sexta-feira (13) e a média foi de 18 candidatos por vaga.

O reitor da Universidade de Itaúna, Farçal Davi Freire, informou que já sabia da atuação de uma quadrilha agindo no Brasil e se precaveu. Para o vestibular de medicina que acontece no sábado (21) foram contratados 35 seguranças que estarão com detectores de metais na entrada das salas. Os candidatos ainda serão fotografados e filmados.


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