14/10/2010
26/11/2008 - 06h00
Bolsas do governo e linhas de crédito são alternativas para universitário sem dinheiro
Bruno Aragaki
Em São Paulo
Ficar de fora das listas de aprovados das universidades públicas não significa, necessariamente, ter de adiar os planos de fazer um curso superior. Para fugir das mensalidades altas - ou pelo menos deixá-las para depois - linhas de crédito estudantil e programas de bolsa como o Prouni podem ser as alternativas para os estudantes com poucos recursos.
Com inscrições abertas até 12 de dezembro, o Prouni dá bolsas que cobrem metade ou todo o valor da mensalidade em faculdades particulares.
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São 156.416 bolsas para o primeiro semestre de 2009.
O desconto integral vale para quem tem renda familiar menor que R$ 622,15 por pessoa (R$ 2.488,60 para uma família de quatro pessoas, por exmeplo).
As bolsas de 50% são concedidas para famílias com ingressos menores que R$ 1.245 por pessoa.
Para os dois casos, é preciso ter, no mínimo, 45 no Enem 2008, nas provas objetiva e de redação. Só alunos de escolas públicas podem pedir a bolsa do Prouni.
O desconto vale para as instituições participantes do programa.
Bolsa em troca de trabalho
Bolsa do governo de SP |
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Em São Paulo, o governo estadual também oferece bolsas em troca de monitoria aos fins de semana em escolas estaduais.
As bolsas são integrais (governo do Estado paga até R$ 267, e a universidade cobre o restante), e o universitário tem de trabalhar todos os fins de semana enquanto receber a bolsa.
São 16 horas divididas entre sábado e domingo, dedicadas a organizar atividades como cursos de informática, artes, esportes ou aulas de reforço nas escolas estaduais paulistas.
Este ano, as inscrições já foram encerradas. É necessário ficar atento ao site do Escolas da Família.
Financiamento do governo
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As linhas de crédito estudantil permitem pagar as mensalidades, ou parte delas, depois de formado. As taxas de juros variam conforme o programa.
No Fies, financiamento do governo federal, são cobrados 6,5% ao ano. Para os cursos que formam professores (pedagogia, normal superior e licenciaturas) e superiores de tecnologia, as taxas são de 3,5%.
É possível pedir emprestado até 100% do valor das mensalidades e começar a pagar um ano depois de se formar. O valor pode ser dividido em período de até o dobro do tempo que estudante estudou com financiamento.
Quem pegou um empréstimo para 4 anos de faculdade, por exemplo, pode pagar em até nove anos (um de carência, mais 96 parcelas mensais). Se a mensalidade custar R$ 1.000, em simulação feita no site da Caixa, o estudante pagará, em um ano depois de formado, prestações de R$ 758,46.
Se financiar o curso inteiro, ao final, o universitário terá pago R$ 25.538,58 a mais que os R$ 48.000 que custaria a faculdade paga normalmente.
O Fies também financia o valor restante da mensalidade para quem tem bolsas parciais do ProUni.
As inscrições para o primeiro semestre de 2009 já estão encerradas.
Linhas de crédito particulares
Linhas de crédito particulares |
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Empresas de crédito particulares também oferecem financiamento estudantis, com regras diversas. O UOL Vestibular fez simulações em duas delas.
A desvantagem dessas modalidades em relação ao Fies é que é necessário ter, já durante o curso, dinheiro para pagar as parcelas. Para uma mensalidade de R$ 1.000, o estudante terá de desembolsar R$ 583,90 mensais, em simulação feita no site da Idealinvest.
Ao terminar a faculdade de 4 anos, por exemplo, o estudante continuará pagando R$ 583,90 por mais 4. O curso de R$ 48.000 sairá, ao final, por R$ 56.054 - R$ 8.054 a mais que o valor normal.
No Instituto Educar o empréstimo é corrigido pelo INPC (Índice de Preços ao Consumidor) - em torno de 3,29% ao ano.
Em São Paulo, apenas cinco faculdades são conveniadas. Há limite máximo para o financiamento - 50% da mensalidade, por exemplo -, e o estudante começa a pagar três meses depois de formado.
A instituição seleciona os estudantes beneficiados por análise socioeconômica e redação.