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Conselheiros do Cremesp discutem formação médica

 18/01/2011

17/01/2011 | Medicina Geral

 

Foto: Joel Miranda
Luna Filho: meta é atrair a universidade para a discussão

 

Conselheiros do Cremesp discutem formação médica
Residência e educação continuada foram assuntos tratados em reunião que contou com a participação do secretário de Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

Conselheiros do Cremesp abordaram as questões mais candentes que afetam a classe médica durante reunião com o secretário de Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, na sede da entidade, no dia 11 de janeiro. Foram destacadas a questão do financiamento da saúde, da integração e aperfeiçoamento do controle das gestões pública e privada da saúde por meios das organizações sociais, a qualidade do atendimento na ponta do sistema por médicos sem preparo adequado, sem perspectivas na carreira e sem condições de trabalho e remuneração.

“Um dos grandes problemas que enfrentamos é a formação médica. O Cremesp promove um programa de educação médica. Se não tiver o setor médico envolvido e motivado, fica difícil melhorar o sistema”, afirmou o conselheiro e coordenador do Exame do Cremesp, Bráulio Luna Filho. Ele ressaltou a importância de atrair a universidade para essa discussão. Como ponto de partida, sugeriu conquistar o médico para uma atuação mais positiva em sua profissão, oferecendo premiações para aqueles que aderirem a um programa de reciclagem profissional.

Qualificação
Já o vice-corregedor do Cremesp, Clovis Constantino, acredita que as maiores vítimas do sistema de saúde, além do próprio paciente, é o médico. “Temos a responsabilidade final, com pouca possibilidade de atualização para melhorar nossa qualificação”, declarou. Para ele, o grande foco da questão da saúde são os serviços de emergência e os médicos que nele atuam, pois não recebem treinamento e não têm as mínimas condições de trabalho. Constantino sugeriu que os médicos sejam incentivados a fazer programas de atualização, principalmente os dos serviços de urgência e emergência. “Existem inúmeros programas credenciados internacionalmente”, disse.

A questão da educação médica continuada foi abordada ainda pelos conselheiros José Henrique Andrade Vila e também por Henrique Salvador, que propôs que seja feita uma parceria com a Secretaria de Estado da Saúde para oferecer programas de educação médica continuada, a exemplo do que o Conselho já oferece há alguns anos. “Os médicos que atuam na porta de entrada do SUS, no PSF, precisam ainda mais”, destacou. 

O secretário manifestou grande preocupação com a qualificação profissional dos médicos mal formados, sem acesso à Residência Médica. “Esse problema tem de ser resolvido. A residência é parte integrante da formação do médico. Se formamos 100 clínicos, precisamos ter 100 vagas de Residência. É a única forma de conseguir qualificação mais adequada”, declarou. Ele ressaltou que essa é uma questão que necessita ser resolvida no curto prazo, pois com o aumento de escolas, menos médicos cursam residência. “O grande financiador de bolsa de Residência é o Estado, por meio dos hospitais. A Residência em escolas médicas privadas deveria ser obrigatória para 80% dos alunos”, disse. 

Fonte: Cremesp - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Postado por: Bruno Moreira

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