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UNINGA - Aprovados no vestibular de medicina podem perder as vagas

 21/09/2011

educação

Aprovados no vestibular de medicina da Uningá podem perder as vagas

Em resposta a consulta feita pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná, o Ministério da Educação (MEC) emitiu comunicado alertando que a abertura de vagas na Uningá está sub judice

21/09/2011 | 15:13 | atualizado em 21/09/2011 às 15:40 | Marcus Ayre

O Ministério da Educação (MEC) emitiu nesta quarta-feira (21)uma nota informando que a abertura de vagas para o curso de medicina da Faculdade Ingá (Uningá), de Maringá, está sob judice, e que os estudantes devem estar preparados para o possível encerramento do curso. O comunicado foi divulgado em resposta a uma solicitação do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná.

No início deste mês, a instituição realizou o vestibular para o curso, que teve abertura de cem vagas permitida em agosto pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da Primeira Região. No entanto, o MEC defende que a liminar judicial se restringe à abertura de vagas somente para quem está iniciando o curso e não para transferências.

Quatro pessoas foram presas durante o vestibular de medicina

Quatro jovens foram presos em flagrante usando celulares e aparelhos de ponto eletrônico durante o vestibular de medicina da Faculdade Ingá (Uningá), no dia 11 deste mês. Após receber denúncias anônimas por telefone, policiais civis foram para o local da prova e flagraram os alunos com os equipamentos.

Segundo a Polícia Civil, os alunos disseram que um homem entregou os aparelhos a eles e que pagariam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil se passassem no vestibular.

Segundo o diretor geral da Uningá, Ricardo Benedito de Oliveira, todos os estudantes passaram por detector de metal antes das provas e que foram aplicados quatro modelos de testes. Oliveria ressaltou na ocasião que a empresa contratada para fazer as provas é altamente qualificada, tanto que já teria prestado serviços para órgãos públicos. "Não havia como ocorrer um desfecho favorável para os criminosos", explicou, em entrevista para a RPC TV Maringá.

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"Assim, vestibular seria possível apenas para ingresso de novos alunos no primeiro ano, e não para a transferência de alunos de outros cursos ou IES [Instituições de Ensino Superior] para vagas dos 2º, 3º e 4º anos", informou o órgão.

O CRM-PR informou que também está questionando administrativa e judicialmente o edital que abriu 300 vagas adicionais para suprir as turmas de segundo, terceiro e quarto anos, que ficaram em aberto em decorrência do fechamento do curso em 2008.

Segundo a assessoria do CRM, o referido edital, que não consta no portal da faculdade na internet, abre inscrições para portadores de diplomas de outras áreas de saúde e também para transferência de alunos de escolas estrangeiras.

MEC está recorrendo

O MEC também informou que já entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a autorização dada pelo TRF, que pode ser revista pela Justiça, o que impediria a realização do curso na Uningá. Se isso ocorrer, os estudantes podem perder a vaga conquistada ou serão transferidos para outra instituição de ensino.

O MEC havia indefirido a solicitação de abertura do curso pela Uningá em 2008, alegando que a escola não atende aos requisitos necessários, em especial de necessidade social e formação com ensino de qualidade.

o curso de Medicina da Uningá mantém a sua primeira turma de ingresso, que neste semestre conclui o quarto ano. A reportagem está tentando contato com os responsáveis pela instituição de ensino.

Ex-presidente da AMB critica abertura de vagas na Uningá

Em entrevista publicada no site do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), o ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Antonio Celso Nunes Nassif, criticou a abertura de novas vagas para o curso de Medicina da Faculdade Ingá (Uningá).

Segundo ele - que também é membro da Comissão de Especialistas do Ensino Médico do Ministério da Educação (MEC)- há incerteza na garantia de diploma e na oferta de ensino de qualidade. "A situação atual do curso de Medicina da Uningá, que recebeu autorização judicial para funcionar, abre-se um precedente para que outras entidades, interessadas apenas no viés econômico, corram para a Justiça para requerer o mesmo direito.

Nassif ressalta que esta exceção é prejudicial. "O MEC precisa agir rapidamente, pois o maior interesse dessas instituições privadas é o econômico, e aí está o problema, pois não há garantia efetiva de um ensino de qualidade".

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