22/11/2012
Governo brasileiro vai facilitar equivalências e contratação de médicos portugueses e espanhóis, para suprir défice no país
Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 12:22 Terça feira, 20 de novembro de 2012 |
O Brasil vai facilitar a entrada de médicos espanhóis e portugueses para responder à necessidade urgente no setor no país, o que passa pela agilização dos processos de equivalências. A contratação de profissionais estrangeiros é positiva para o país - que tem hoje um índice de 1,8 médicos por cada 1000 habitantes, mas o objetivo do Governo é passar para 2,5 médicos por habitante -, e pode ser uma saída para licenciados portugueses e espanhóis.
O tema foi discutido na reunião entre ministros brasileiros e espanhóis que se realizou ontem em Espanha, paralela ao encontro que Dilma Rousseff teve com o primeiro-ministro Mariano Rajoy. Na visita de cinco dias a Espanha, a Presidente brasileira foi assediada com propostas de negócios bilaterais, tendo sido recebida também pelo rei Juan Carlos, com quem almoçou, encontro que foi o último ato público do monarca antes de se submeter a nova cirurgia na anca.
O próprio rei pediu a Rousseff para facilitar a emigração de espanhóis (de todas as áreas, não apenas médicos), medida que servirá para atenuar "as elevadas taxas de desemprego em Espanha", onde 50% dos jovens não têm trabalho. Ao mesmo tempo, Juan Carlos incentivou as empresas brasileiras e investirem em Espanha.
No passado domingo, em declarações a jornalistas brasileiros, em Madrid, o ministro da Educação do Brasil, Aloizio Mercadante, disse que a importação de médicos é uma das saídas vistas pelo Governo para dar resposta de imediato a uma necessidade premente no país. "Será sempre melhor opção formar mais médicos dentro do próprio país. Mas a licenciatura em Medicina leva seis anos, e o país tem deficiência de médicos. O Brasil está a atrair mão de obra qualificada, e isso interessa-nos", afirmou.
O Governo brasileiro está a criar 1600 vagas em faculdades de Medicina nas universidades federais, para a formação de novos médicos.
Entretanto, Portugal e Espanha têm pressionado o Brasil, de maneira formal e informal, para que flexibilize o reconhecimento de diplomas de médicos portugueses e espanhóis. O Brasil está a avaliar cerca de 900 equivalências. Em 2011, apenas 10% dos diplomas avaliados foram aprovados.
Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt)