02/06/2013
Artigo 30/05/2013
Ao mesmo passo que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cumpre agenda de pré-candidato ao governo do estado de São Paulo, a medida de importação baseia-se em um critério matemático divulgado pelo Ministério da Saúde: a proporção de médicos por habitante no Brasil chega a quase três vezes inferior a outros países da América Latina, mesmo já formando mais de 16 mil médicos/ano e tendo 200 escolas de Medicina no País.
Sob a justificativa de levar médicos a áreas de difícil atração, o Governo Federal utiliza outro dado: em países como Canadá e Inglaterra, os médicos estrangeiros compõem parcela significativa no contingente nacional. Esquecem-se, no entanto, de pontuar que esses países oferecem condições de trabalho e tratamento ao paciente, em qualquer local que seja. As remunerações são dignas e há meios de oferecer qualidade de atendimento ao paciente. No Brasil, a estratégia parece ser mais barata: importar mão de obra sem qualquer tipo de avaliação para conter o ímpeto de ter médico em qualquer lugar, em qualquer situação ou qualidade.
Por sorte, e como pouco se viu nos últimos anos, os médicos brasileiros estão se mobilizando. Não mais toleram os baixos salários e as condições indignas de trabalho, em que paciente e médico correm riscos simultâneos. Em movimento que tem conquistado adesão da sociedade, diz-se um basta à política eleitoreira com saúde pública. A população precisa, sim, de médicos; precisa de médicos bons, com condições de atendimento.
Se os responsáveis pela empreitada consideram a Medicina cubana tão superior à brasileira e, portanto, "útil" à nossa população, que se mudem para Cuba; e não se esqueçam da mala...
João Brainer Clares de Andrade
joaobrainer@gmail.com
Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece)