17/07/2008
Protesto juntou mais de 100 alunos, que defenderam a abolição do exame final do 6.o ano,
Chegaram de bata branca e, em silêncio, concentraram-se na entrada dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Na tentativa de abolir o exame final do 6.o ano da licenciatura, os alunos finalistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) boicotaram ontem o exame teórico parcelar, naquele que é já o quinto boicote no ano letivo de 2007/2008. Dos 230 alunos que integram o 6.o ano Médico de Coimbra, participaram no protesto cerca de 150. Mas a taxa de sucesso do boicote ao exame foi de 100%, uma vez que ninguém realizou a prova, à imagem do que aconteceu nos quatro boicotes anteriores. Os estudantes em protesto alertaram para a inexistência, a nível nacional, de um modelo de avaliação uniforme no que respeita ao 6.o ano, o que se traduz «numa clara desvantagem para os alunos de Coimbra em relação a alguns alunos de outras faculdades, devido a uma grande carga horária e à obrigatoriedade da realização do exame final». Os boicotes consecutivos aos exames podem traduzir-se na «não passagem de ano», admitiu Fernando Correia. O representante afirma que contatou os órgãos de gestão da Faculdade de Medicina, «que não quiseram responder». «Não sabemos nada», acrescentou. Os representantes dos órgãos de gestão da FMUC foram mesmo alvos de críticas pesadas. «Estão a diminuir a possibilidade de termos sucesso e trabalho, o que não interessa nem para os alunos nem para as faculdades. Os órgãos de gestão nunca foram sensíveis aos nossos argumentos e acharam sempre que os alunos estavam a tentar sobrepor-se», lamentou. No entanto, o responsável acredita que os órgãos de gestão, mais cedo ou mais tarde, «vão reconhecer que os alunos têm razão». Há mais de quatro anos que os estudantes de Medicina lutam para abolir o exame final do 6.o ano. «Contamos sempre com colegas de outros anos. Estamos lutando por aquilo que é justo: um modelo de avaliação que se adeque melhor ao contexto atual e uma faculdade melhor», concluiu Fernando Correia. André Oliveira, presidente da Direcção-Geral da Associação Acadêmica de Coimbra, foi presença notada junto ao local do protesto. «Esta iniciativa não é da Direcção-Geral, mas não podíamos deixar de estar solidários com os alunos do 6.o ano de Medicina», explicou o responsável. O Diário de Coimbra tentou contatar, sem sucesso, vários elementos dos órgãos de gestão da Faculdade de Medicina.
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