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PORTUGAL - Alunos de medicina da FMUC dizem que avaliação é "excessiva"

 17/07/2008

16 Julho 2008 - 00h30

Coimbra - Alunos de medicina dizem que avaliação é “excessiva”

Finalistas faltam ao exame

Todos os alunos finalistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) boicotaram, ontem, o exame final do 6º ano da licenciatura, que consideram "excessivo e desnecessário".

Os 230 estudantes concentraram-se, em silêncio, à porta dos Hospitais da Universidade de Coimbra, durante a manhã, e recusaram-se a realizar a prova marcada para o início da tarde. Segundo Fernando Correia, representante dos alunos, os futuros médicos consideram o exame 'dispensável' e 'sem razão de ser'.

Além do protesto, os estudantes enviaram uma exposição aos ministérios da Saúde e do Ensino Superior, Ordem dos Médicos e outras entidades, exigindo a abolição da prova e explicando as suas razões. 'Os alunos são no decurso de cada uma das cinco valências que compõem o sexto ano, avaliados quer continuamente, por um tutor, quer através de relatórios de estágio, histórias clínicas, apresentações orais e até trabalhos de investigação', lê-se no documento.

Os finalistas argumentam que o exame final 'versa sobre matérias já avaliadas quer durante os cinco primeiros anos da licenciatura quer no decurso do sexto ano' e, por isso, dizem ser 'francamente excessivas atribuição, a uma avaliação teórica, de um fator de ponderação de trinta por cento na nota final do referido ano'.

Segundo Fernando Correia, os estudantes de Coimbra 'são duplamente prejudicados' porque esta prova 'baixa a média do curso' e encurta o tempo de preparação para o exame de acesso ao internato médico, realizado na segunda quinzena de Novembro.

Os finalistas de Medicina já tinham recusado fazer as quatro provas parcelares anteriores, sempre com adesões de cem por cento e garantem que estão 'dispostos a ir até às últimas conseqüências'.

Está já marcado outro boicote para a próxima terça-feira, 22 de Julho, dia do exame teórico final.

REIVINDICAÇÕES

Modelo Uniforme

Os estudantes alegam que a 'inexistência, a nível nacional, de um modelo de avaliação uniforme' é 'uma clara desvantagem dos alunos de Coimbra em relação a alguns alunos de outras faculdades, devido a uma grande carga horária e à obrigatoriedade de realização do exame final'.

Protestos antigos

Em anos anteriores, os alunos do sexto ano de Medicina da Universidade de Coimbra já tinham reclamado, sem sucesso, a abolição do exame final.

Contra o facilitismo

Fernando Correia garante que os alunos não são pelo 'facilitismo' e apenas querem 'igualdade de circunstâncias' quando chega a hora do exame de acesso ao internato.

Diálogo

Os finalistas têm tentado ao longo do ano manter o diálogo com os órgãos de gestão da FMUC e asseguram que ainda têm 'esperança de que o exame seja abolido'.

Cátia Vicente


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