Escolas Médicas do Brasil

PORTUGAL - Alunos do 6.ano médico criticam gestão da Faculdade (FMUC)

 18/07/2008

Alunos do 6.º ano médico criticam gestão da Faculdade
Num país carenciado de médicos «é inaceitável» reter 230 novos profissionais, argumentam estudantes do 6.o ano médico de Coimbra


Depois do protesto no dia 15 à 5.o avaliação parcelar, e sem resposta dos órgãos da Faculdade, os alunos do 6.o médico decidiram voltar a boicotar o exame final, marcado para a próxima terça-feira.
Nesse dia, pelas 12h30, vão concentrar-se em frente à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em silêncio, uma hora e meia antes da prova, repetindo a atitude da última terça-feira e pelos mesmos motivos.
Entendem os estudantes que, apesar de ser «uma questão relacionada com problemas de índole pedagógica, não é menos verdade que as suas repercussões vão muito além dessa esfera, uma vez que podem levar à retenção de 230 futuros médicos que assim ficariam impedidos de iniciar, daqui a seis meses, a sua actividade profissional».
Este cenário, argumentam em nota à comunicação social, «é absolutamente inaceitável» num país «tão carenciado de médicos».
O exame, contestam, «versa sobre matérias que já foram avaliadas, quer ao longo dos cinco primeiros anos de curso, quer ao longo do 6.o ano; a insistência dos órgãos de gestão na sua realização coloca em causa a sua própria idoneidade formativa e a competência dos docentes da Faculdade para avaliar os alunos».
Além disso, dizem ainda, «é francamente excessiva a ponderação de 30% que lhe é atribuída, num ano que se pretende profissionalizante e, portanto, eminentemente prático».
A realização deste exame, recorde-se, coloca os alunos de Coimbra em desvantagem perante os colegas de outras escolas médicas, dado que não lhes permite ter as mesmas condições de preparação para o Exame de Acesso ao Internato Médico, cuja nota é usada para fazer a seriação dos alunos para a escolha da Especialidade. No ano passado, os órgãos de gestão permitiram que os alunos realizassem um exame final sem nota mínima, dando-lhes a garantia de que não teriam nota inferior à média dos cinco primeiros anos de curso.
Com essa decisão, argumentam os representantes dos atuais 230 estudantes finalistas, «foi definitivamente assinada a “sentença de morte” do exame, mostrando que deste não depende a qualidade formativa do 6.º ano, e que, de fato, não se ganha nada com a sua realização». Além do mais, concluem, «isto demonstra cabalmente a discriminação dos alunos do atual 6.o ano face aos colegas do ano passado».


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