Escolas Médicas do Brasil

Estudantes faltam todos ao exame final - FMUC

 22/07/2008

Estudantes faltam todos ao exame final

2008-07-23

JOÃO PEDRO CAMPOS

O boicote ao exame final do 6.º ano de Medicina em Coimbra foi total, com nenhum dos 230 finalistas a comparecer na prova. Estudantes admitem sair prejudicados, mas a Faculdade acredita numa boa solução.

Pedro Cunha, estudante do 6.º ano de Medicina e membro da Assembleia de Representantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) reconhece que "há o risco de retenção dos alunos, com a faculdade a não passar o certificado de licenciatura para podermos aceder à Ordem". Considerando que o exame final é desnecessário, uma vez que trata matérias "que já foram avaliadas", Pedro Cunha entende que cabe à FMUC "reconhecer que foi feito um bom trabalho estes cinco anos e que o processo foi completo".

No início do ano letivo, houve uma proposta de avaliação alternativa dos estudantes nos órgãos de gestão, contrariando a inicial, que passava por cinco avaliações parciais ao longo do ano ou o exame final (por opção). "No entanto, os órgãos foram insensíveis e, não havendo alterações de fundo, decidimos boicotar, e ninguém foi a nenhuma das avaliações", afirma Pedro Cunha.

Os estudantes lembram que o exame de acesso ao internato médico é em Novembro, e que o fato de fazer um exame final em Julho os prejudica para essa prova. Pedro Cunha defende que "as faculdades de Medicina do país têm de chegar a um consenso, para que não haja situações desiguais".

Em declarações à Lusa, o vice-presidente do Conselho Directivo da FMUC, Santos Rosa, manifestou-se convicto de que será encontrada uma boa solução. "É evidente que se eles cumpriram o 6º ano médico no seu dia-a-dia, estando em contacto com o ato médico, estão minimamente habilitados para poder passar à fase seguinte", afirmou, dando a garantia que a faculdade "está sempre disponível" para o diálogo com os alunos e considerou "sempre atempado poder encontrar-se uma solução razoável ou mesmo boa para a situação".

Os protestos sobre o exame final do 6.º ano na FMUC já se tinham verificado o ano passado, tendo na altura os alunos recebido uma proposta diferente da inicial, com a garantia que a nota do exame nunca seria inferior à média dos cinco primeiros anos. Pedro Cunha lamenta "que a situação não se coloque este ano".


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