CRIADOR E COORDENADOR: Dr. Antonio Celso Nunes Nassif
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PORTUGAL: Algarve vai ter uma Faculdade de Medicina
23/07/2008
Ensino Superior 2008-07-24 00:05
Algarve vai ter uma Faculdade de Medicina
Governo aprova hoje novo curso que arrancará em 2009 com 30 vagas que estarão apenas disponíveis para licenciados.
Madalena Queirós
O Conselho de Ministros aprova hoje a criação de uma nova faculdade de medicina no Algarve. Pela primeira vez na legislatura, Sócrates dá luz verde a uma nova faculdade, depois de Mariano Gago ter decretado o congelamento da criação de novas instituições.
Após a aprovação, Sócrates desloca-se a Faro acompanhado pelos ministros da Saúde e da Ciência e Ensino Superior para anunciar o projecto, apurou o Diário Económico. Com esta nova instituição, o Executivo responde a uma reivindicação antiga: a sul do Tejo não há qualquer instituição de formação de médicos e estima-se que faltem cerca de 50 médicos de família na região. Portugal é um dos países com um menor número de diplomados em medicina por cada cem mil habitantes: sete quando a média da União Europeia é de nove.
A nova faculdade deverá abrir as portas em 2009/10 com cerca de 30 vagas, chegando às 100 no prazo de alguns anos.
O projecto prevê ainda um modelo inovador que é o de aceitar apenas como candidatos licenciados que demonstrem vocação para ser médicos. Um sistema que poderá acolher licenciados desempregados, que na área dos profissionais da saúde subiram cerca de 10% entre Junho de 2007 e Junho de 2008
O projecto não deverá implicar a construção de um novo edifício já que a universidade tem instalações disponíveis para albergar o novo curso. O novo mestrado integrado em Medicina será lançado em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa que deverá acompanhar o projecto e disponibilizar alguns docentes para leccionar nos primeiros anos.
A comissão de avaliação internacional do cursos de medicina deu um parecer favorável a este curso, considerando que tem um projecto inovador. O modelo escolhido é igual aos dos cursos de medicina das universidades do Canadá e Holanda. Assim, o curso só receberá candidatos que tenham um 1º ciclo (licenciatura), numa outra área, que deve estar relacionada com cursos como biologia, enfermagem ou ciências biomédicas. Mais: os candidatos terão que ter passado seis meses numa unidade hospitalar. Com esta proposta, a universidade assegura “o compromisso assumido com a tutela, transversal ao actual e anterior Governo”, avançando com um curso que segue as orientações definidas em legislação publicada em 1998, quando foram criados os cursos de medicina das universidades da Beira Interior e Minho. Nessa altura, o Governo exigiu que os novos cursos tivessem “um modelo inovador do ponto de vista pedagógico e um perfil médico mais próximo do doente”.
Este novo curso terá a duração de sete anos, seguindo o modelo de 3+4, o que significa que após terem terminado uma licenciatura numa área generalista, e caso entrem no curso, os alunos terão que completar mais 4 anos que lhes permitirão transformar-se em médico e ter um diploma de mestrado integrado. Uma estrutura que vai obrigar a uma alteração do modelo de acesso ao ensino superior.
Curso só vai aceitar licenciados A grande inovação deste novo curso de Medicina é o facto de apenas aceitar licenciados, como candidatos. Um modelo que a Universidade do Algarve foi buscar aos cursos de Medicina do Canadá e Holanda.Ao contrário do que se passa nas universidades europeias, o modelo aplicado nos Estados Unidos e Canadá passa pela frequência de uma outra licenciatura, antes de entrar em Medicina. Após a frequência de um curso relacionado com ciências, os alunos podem entrar numa corrida conhecida pelo elevado grau de competitividade, de grande exigência. Ao entrarem para o curso, os alunos têm de fazer quatro anos até adquirirem o grau ‘medical doctorate’ (M.D).