Escolas Médicas do Brasil

Falta de Hospital Escola é principal problema para formação médica em Rondônia

 03/10/2008

 

FALTA DE HOSPITAL ESCOLA É PRINCIPAL PROBLEMA

PARA FORMAÇÃO MÉDICA




26 / 06 / 2008
 
A falta de hospitais escolas nas faculdades que mantêm curso de medicina em Rondônia, acentuada pelo grande número de acadêmicos que disputa vagas para estágio no Hospital de Base e a insuficiência no número de preceptores, foi uma das principais constatações durante o ‘I Fórum Sobre Ensino Médico em Rondônia’ realizado na quarta-feira, 25, pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia.


Promovido pelo Conselho Regional de Medicina em parceria com o Conselho Federal de Medicina e apoio da Unimed, o Fórum contou com a participação de acadêmicos, médicos e representantes de faculdades particulares, da Unir, do Ministério da Saúde – Ana Estela Haddad – e do Ministério da Educação (MEC) – José Wellington A. dos Santos e Renato Passini.


Na análise da presidente do Cremero, médica Inês Motta de Moraes - coordenadora do Fórum - o evento atendeu as expectativas. “Foi bastante esclarecedor, principalmente no que se refere à residência médica e os estágios no curso de medicina. Dirimiu as dúvidas e a perspectiva é que muito provavelmente teremos que fazer outro Fórum para fechar os debates e mostrar a realidade da residência médica no Estado”. Como resultado do Fórum, será elaborado documento para ser encaminhado ao Ministério da Saúde.


Hospital de Base


O diretor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), médico Odair Ferrari - moderador da primeira mesa redonda do Fórum, destacou a importância do evento acrescentando que a preocupação maior do Conselho é a qualidade da formação do médico.


“Temos um problema sério que é o excesso de alunos no Hospital de Base. Mal se consegue transitar nos corredores. E isso deve piorar muito em dois ou três anos”, alertou.


Ana Escobar, que é médica e diretora do Núcleo de Saúde da Unir, disse que o Fórum é essencial para se refletir sobre a prática do ensino médico. Sobre o Hospital Universitário da Unir, ela disse que, estando licitada a obra que prevê a reforma e ampliação da unidade, no máximo em um ano essa unidade vai estar equipada e pronta para entrar em operação, ‘pelo menos os ambulatórios’.


Convênios


O presidente da Associação Médica de Rondônia, médico Aparício Carvalho, que também é proprietário de uma faculdade que oferece o curso de medicina – disse que o Fórum levantou pontos importantes para a formação do aluno de medicina. “Todas as escolas são novas e esse encontro só trouxe informações positivas, no sentido de melhorar a educação médica. Ao realizar esse fórum o CFM e o Cremero cumprem um papel muito importante que é de defender o atendimento médico de qualidade à população”.


Para garantir a formação adequada aos acadêmicos, Aparício diz que a solução são os convênios das faculdades com hospitais públicos e particulares. “Para os donos de faculdades só há duas opções, ou têm o hospital escola ou tem a faculdade, porque os gastos são exagerados. O jeito é manter convênio com hospitais”.


Reflexão


O coordenador do curso de medicina na Facimed, Flávio Pierret Ferrari, ressaltou que o Fórum é válido, principalmente pela reflexão que se faz à cerca da educação médica. “A avaliação do trabalho tem que ser feita e esse evento proporcionou isto”.


Residência


Já a secretária-geral do Cremero, médica Rita de Cássia Alves Ferreira, enalteceu e iniciativa do Conselho e disse que o Fórum veio tirar muitas dúvidas principalmente para os estudantes e os residentes do Hospital de Base, ‘principalmente sobre o serviço de residência médica, internato e estágio em hospitais’. “Isso vai fazer com que aumente o debate durante o curso de medicina para que o futuro profissional possa atuar de uma forma ética e qualificada na saúde”.


Renato Passini, representante da Associação Médica Brasileira junto a Comissão Nacional da Residência Médica, disse que, como o Estado está numa fase inicial, tanto na formação do médico quanto na formação do residente, esse encontro pode ajudar a trazer as várias óticas que estão envolvidas nesse processo. “Estas óticas não são necessariamente as mesmas. As várias entidades envolvidas na discussão têm pontos de vista diferentes e a exposição e análise desses pontos é justamente o que pode agregar em termos de conhecimento”.


Passini alerta para o número de residentes, lembrando que é muito pequeno em comparação ao número de formandos no Estado. “Isso deve gerar um grande problema no futuro. Há também uma certa deficiência na questão da preceptoria. Futuramente alguém vai ter que fazer o papel de moderador para tentar equacionar essa questão”, observou.


Acadêmico


Anderson Dias, acadêmico do terceiro ano de medicina da Unir, salienta que o ensino médico pode ser melhor em todas as faculdades. “E esse fórum deixa sua contribuição para que as instituições façam uma reflexão sobre o nível de formação que está oferecendo”.


Por Edirceu Lima   

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