Escolas Médicas do Brasil

Governo nega privatização de hospitais-escola

 29/10/2008

 

Governo nega privatização de hospitais-escola

18h34, 29 de outubro de 2008

Sesau
Secretário André Valente

O secretário estadual de Saúde, André Valente, disse nesta quarta-feira (29), de São Paulo, onde se encontra em viagem de trabalho, que em nenhum momento o governo Teotonio Vilela Filho falou em privatização de qualquer unidade hospitalar no Estado, como vem sendo especulado por setores da própria saúde.

Para ele, este é o momento adequado para se discutir qualidade, entre governo e toda a sociedade, incluindo os diretores e funcionários das unidades.

“Certamente tudo terá que passar pela avaliação da população, que deve julgar a presteza no atendimento. E é exatamente esse aspecto que a população não está realmente satisfeita. Por isto estamos buscando caminhos para qualificar a área de Saúde em Alagoas”, disse o secretário, lembrando do mais recente investimento de R$ 24 milhões na abertura do Hospital Geral do Estado (HGE).

A preocupação, neste momento, de acordo com Valente, consiste em melhorar as condições de trabalho do servidor público, ampliar o atendimento aos usuários, aprimorar a qualidade do serviço e modernizar a gestão.

“Não queremos reinventar a roda! O que estamos avaliando é um modelo de gestão de hospitais públicos, denominado Organização Social de Saúde (OSS), que há dez anos transformou a saúde paulista em referência para o país. Lá existem cerca de 10 a 12 hospitais gerenciados dessa forma, e que apresentam excelentes resultados”, disse André.

Ainda de acordo com o secretário, o modelo vai permitir - de uma forma mais rápida – o abastecimento das unidades, a manutenção de equipamentos e a promoção da satisfação dos trabalhadores e usuários.

“Mas, isso ainda é um embrião que está sendo estudado pelos técnicos e posteriormente será avaliado pelo governo. Somente após essas etapas é que poderemos apresentar uma proposta concreta e dentro da realidade de Alagoas”, completou.

Ampliação de leitos

Ele questiona o fato de 56% dos leitos da rede pública de Alagoas pertencerem a Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), quando estes mesmo leitos poderiam estar incorporados à rede.

“É uma quantidade de leitos estratégica. O objetivo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) é poder gerenciá-los e colocá-los a serviço da população. O que não justifica ter que comprar leitos nas redes privada e filantrópica. Poderíamos estar utilizando-os. Hoje investimos cerca de R$ 6 milhões por ano com internação em hospitais filantrópicos e privados. Não é possível continuar nesse caminho, quando esses leitos pertencem ao Estado” argumentou Valente.

Reiterando irrestrito apoio a Uncisal para que ela possa dedicar seu tempo ao foco acadêmico, do ensino e da pesquisa, André Valente, defendeu ainda a necessidade de discutir ajustes no orçamento da pasta. “Apoiamos a universidade naquilo que for possível, mas é preciso repensar: Cerca de 28% do orçamento da saúde são destinados aos três hospitais da rede Uncisal. Isso é uma incoerência”, questionou.

Estágio garantido

“Os alunos podem ter a certeza de quem não terão prejuízo sem esses leitos porque colocará toda rede à disposição deles. A garantia é do próprio governador que defendeu que todas as unidades disponham de um diretor acadêmico para coordenar os estágios. Outra garantia é de que os diretores acadêmicos continuem sendo escolhidos por meio do voto, uma vez que, estes defendem o interesse específico do ensino e pesquisa nas unidades” tranqüilizou o secretário.

O secretário diz ainda que a própria Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mantém convênio em áreas de pesquisa na emergência, urgência e doenças tropicais.

“O modelo proposto não causará prejuízo para a área acadêmica, muito pelo contrário, vai liberar o corpo docente e discente a continuar suas pesquisas, que é o foco maior das atividades acadêmicas”.

Fonte: Assessoria


TAGS