Escolas Médicas do Brasil

PORTUGAL: - JSD - Algarve e estudantes de medicina em rota de colisão

 30/06/2008

27/09/2006

"A posição da ANEM é arrogante, egocêntrica e reveladora de traços de corporativismo, na medida em que para proteger as regalias e o estatuto de determinada camada se descura o benefício público e se desamparam as regiões mais periféricas de Portugal".

Foi desta forma que o líder da JSD-Algarve, Cristóvão Norte, respondeu ao comunicado da ANEM, onde aquela associação estudantil se opunha à criação de novos cursos de medicina, entre os quais o que continua a ser desejado na região para a Universidade do Al-garve.

Recorde-se que os jovens sociais-democratas algarvios juntaram recentemente 9500 assinaturas numa petição com vista a sensibilizar o Governo para que o curso de medicina seja criado na Universidade do Algarve ainda durante a presente legisla-tura. Perante esta situação e após o movimento que se levantou na região algarvia em prol de uma causa abraçada por todos os quadrantes políticos representados no Algarve, a ANEM acaba de enviar às entidades com voto na matéria um documento onde expressa claramente a sua oposição à criação de mais cursos de medicina.

Os estudantes de medicina começam por recordar que o Sistema Nacional de Saúde está longe de responder eficazmente a todas as necessidades e defendem que "tem-se assistido a um aproveitamento desta situação por parte dos mais diversos interesses que vêm inculcando ideias erradas na sociedade".

Os responsáveis da ANEM afirmam que a falta de médicos em Portugal "não passa de um mito", já que com o aumento do numerus clausus ocorrido nos últimos anos, "as escolas médicas existentes já disponibilizam um excesso de vagas em relação às necessidades formativas", explicam. Segundo a ANEM, a falta de médicos em algumas unidades de saúde deve-se apenas a uma "distribuição regional desequilibrada", bem como à "má distribuição por especialidades".

Neste sentido, por um lado, a ANEM refere que "não é o facto de os médicos fazerem a sua licenciatura em determinado local que pode garantir que se vão fixar nessa área geográfica de influência e assim contribuir para a redução das assimetrias". Por outro lado defende que a criação de mais um curso de medicina "iria dispersar as verbas estipuladas pela Estado, provocando um desequilíbrio no programa de financiamento e uma quebra da qualidade de ensino das actuais escolas médicas".


TAGS